Tempos bons aqueles em que meus pais adotivos os médicos Drs. Theomário Pinto da Costa, também professor de pneumologia na UFAM em Manaus. e Dra. Dulce Pinto da Costa, primeira pediatra do ex-território federal de Roraima, examinava no fundo dos olhos das crianças, nas unhas e na língua e diagnosticava a doença e raramente errava. Ela exercia a pediatria como se fosse um sacerdócio, totalmente dedicada às crianças.
Funcionava o consultório de ambos na Rua Henrique Martins, nos altos de uma loja. Só lembro que na parte inferior funcionavam as empresas “Malaria Guerra” e as “Lojas Capri” e do outro lado da Rua Henrique Martins, bem em frente, funcionava a sede talvez alugada da empresa Varig, em um majestoso prédio histórico cheio de portas e janelas belíssimas e históricas!
Lembro de meu pai se lamentando: “meu filho, depois que inventaram o antibiótico, e pessoas passaram a se automedicar, ficou mais difícil fazermos diagnósticos só olhando como fazíamos antes”.
Mas não é sobre isso que desejo escrever minha crônica de hoje, embora essas lembranças sempre me sejam agradáveis e o assunto esteja interligado; e, sim, sobre a falência da pediatria de Norte a Sul do Brasil. Como reverter isso?
O Governo Federal não criou o FIES? Pois é só criar um sistema de incentivos maiores para quem fizer medicina e se especializar em pediatria e permitir que os “médicos” residentes comecem a trabalhar e pagar seus estudos antes dos 18 meses permitidos para o aluno formado já durante seus estágios supervisionados. Ou então que ofereça outro tipo de benefício direcionado a quem optar pela pediatria, como juros menores, por exemplo! Já seria, pelo menos, o começo da solução para esse problema!
Se o Governo criou o FIES, ele pode direcionar os recursos para permitir que os alunos façam e se interessem pela área pediátrica. Poderia, ao menos, pagar melhor aos médicos que são os verdadeiros “anjos de branco”!
Solução para o problema existe, basta que o Governo, que incentiva à formação de advogados, assistentes sociais e outros profissionais das mais variadas áreas, todos os anos, direcione algum tipo de incentivo para os médicos! Pagar melhor os médicos pediatras!
Outro mecanismo seria elevar o valor pago pelo Sistema Único de Saúde – SUS – e repassado aos médicos que dedicam suas vidas aos pacientes e, sobretudo, aos médicos do setor pediátrico que não têm dia e nem hora para os seus telefones celulares serem acionados nas madrugadas de sono, pedindo orientações de mães aflitas para resolver problemas de seus filhos.
Que bom que na época de meus pais adotivos, Drs. Theomário e Dulce, não existiam esses recursos do mundo moderno e eles podiam dormir tranqüilos, sonhando seus sonhos de felicidade em paz sem serem perturbados no melhor de seus sonos! Mas pelo sim e pelo não, sempre dormia pronta e maquiada para qualquer chamado noturno!
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