Combate aos drogados na conhecida cracolândia, em SP, foi mais uma pirotecnia montada para ser mostrada na televisão, mas inútil e desnecessária na prática, porque os outros aparelhos de Estado não se envolveram. Está certo que prenderam alguns gatos pingados; que a Polícia fez o papel dela que é prender. Acontece que isso é um caso de Saúde Pública e não de Polícia!
Mas enquanto o Estado brasileiro não criar uma política pública de enfrentamento a esse mal que vai de Norte a Sul do Brasil, de nada adiantará. Prende um hoje, solta e amanhã voltam mais dez a ocupar as ruas. Isso é uma constante: a polícia não pode prender menor; mas somente apreender. O juiz solta e ele volta para a rua, para o crak de novo! É um círculo vicioso.
Não estou afirmando que investigações são inúteis, estou garantindo que esse é um problema social e estrutural que deve ser enfrentado em todo o Brasil com a criação, implantação e funcionamento de clínicas de reabilitação para viciados de qualquer natureza, principalmente o crak. Hoje, infelizmente, só as Igrejas enfrentam o problema. O Governo Federal parece que está cego e não consegue ver esse mal tão grave para os nossos jovens.
A maioria dos usuários prefere fumar crak; uma minoria prefere injetá-las no corpo. É mais fácil fumar do que injetar. O usuário aspira esse vapor para dentro de seus pulmões. A partir daí, a droga é levada à corrente sanguínea; quando chega no corpo, o crak age em uma parte do cérebro chamada “área tegmental ventral”, ou VTA.
Portanto, é uma epidemia nacional que precisa ser enfrentadas com políticas públicas sérias e responsáveis e não com demagogias e promessas; muito menos cenas pirotécnicas em televisões.
Essa droga interfere com um neurotransmissor químico chamado dopamina, que está envolvido nas respostas do corpo ao prazer. A dopamina, segundo os especialistas, é liberada por células do sistema nervoso durante atividades prazerosas, como comer ou fazer sexo. De acordo com estudos já comprovados cientificamente, a dopamina viaja através das lacunas existentes entre as células nervosas, fazendo uma sinapse e se liga a um receptor em célula nervosa vizinha, ou neurônio. Isso envia um sinal à celula nervosa vizinha, ou neurônio, produzindo um sentimento de bem estar.
O crak interrompe esse ciclo e se liga ao transportador de dopamina, impedindo o processo normal de reabsorção. Depois de liberada a sinapse, a dopamina continua estimulando o receptor, criando um sentimento permanente de empolgação ou euforia no usuário.
Com o crak inalado na forma de fumaça, sua viagem chega ao cérebro muito mais rápido do que a cocaína em pó, segundo os especialistas do assunto, e leva um tempo de 10 a 15 segundos para produzir efeito, enquanto a cocaína em pó inalada leva de 10 a 15 minutos para surtir o mesmo efeito.
É por isso que, como Assistente Social e Jornalista, afirmo que o crak é um problema de saúde pública no Brasil e no Mundo, mas no Brasil é preciso de uma política pública séria, com instalações de clínicas especializadas em todos os Estados para o seu enfrentamento. Junto com as clínicas, combater os traficantes! Não é possível só fazer pirotecnia para televisões e ficar por isso mesmo! Atrás têm que vir os outros serviços públicos. O efeito do crak dura de 5 a 15 minutos e o efeito na mídia não dura mais de 30 segundos na divulgação de um fato, pois como Jornalista, sei o que estou afirmando!
Virou uma praga nacional por falta de ..BOA.. política pública.
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