Trocando intelectualidades sobre os escritores Karls Max, Engels e outros brilhantes pensadores do passado, o advogado Flávio Queiroz de Paula, me fez uma pergunta à queima roupa, enquanto eu saboreava uma suculenta calderada de peixe: “você sabe quem gera mais empregos no Brasil de hoje?”. Como não soube responder e fiquei pensando um pouco, ele próprio me deu a resposta: “É o bandido!”.
O advogado Flávio Queiroz de Paula exerceu por longo tempo o cargo de Promotor de Justiça. Ele é sobrinho do também advogado e deputado estadual por 26 anos, Francisco Guedes de Queiroz, com apenas um mandato de quatro anos como vereador e que morreu pobre.
Fiquei assustado com a resposta. E, então, o advogado Flávio Queiroz de Paula explicou sua afirmativa, dizendo: “o mercado de segurança particular é o que mais gera emprego no Brasil, produzindo câmeras de segurança com filmagens noturnas de movimento, com infravermelho, alarmes e cercas elétricas para condomínios, armas que atiram mas não matam, bloqueadores de celulares para penitenciárias e outras variedades de produtos para o setor”.
E é verdade! Em Manaus, segundo matéria publicada no Diário do Amazonas, esse mercado cresceu 40% nos últimos dez anos. Segundo o delegado de Controle de Segurança Privada da Polícia Federal do Amazonas, Marcelo Dias, todo esse crescimento se deve à “precariedade da segurança pública”.
Com o crescimento informado pelo delegado, significa dizer que o setor de mercado de segurança cresceu 4% ao ano, em média geral. Qual o outro setor da economia brasileira cresceu tanto quanto o da segurança privada? Desconheço se teve algum!
De acordo com os dados publicados no Diário do Amazonas, informados pelo delegado, 28 empresas de segurança privada e cinco escolas de formação de segurança patrimonial estão autorizadas a funcionar pela Polícia Federal, e formam turmas todos os anos. Muitos, antes de concluírem os cursos, já estão empregados!
Antes de entrar no mérito desse crescimento, vamos analisar algumas outras informações: quando eu escrevia no Jornal extinto A NOTÍCIA, no final da década de 70 e até meados dos anos 80, publiquei matérias sistemáticas, com a colaboração do então juiz e atual desembargador Arnaldo Carpinteiro Peres, falando da questão da segurança pública.
Certa vez, fiz publicar um artigo assinado dizendo que “enquanto os bandidos subiam de elevador, a segurança pública, vagarosamente pelas escadas da burocracia”. No mesmo artigo, afirmei que a “polícia ainda usava revólver, enquanto os bandidos usavam metralhadores” e por aí vai.
E olha que eu estava escrevendo sobre décadas passadas! Hoje, os bandidos já usam até bazucas, balas traçantes, fuzis capazes de furar tanque, derrubar helicópteros e a polícia continua desaparelhada usando, no máximo, metralhadoras de baixo poder ofensivo.
E vejam bem: na época em que escrevi o artigo, existiam poucos bandidos periculosos. Eram poucas as quadrilhas organizadas, mais algumas ficaram famosas: “do X-9”, “do Alan”, “do Abílio”, etc., e outras não tão perigosas assim, mas nem por isso de menos importância policial.
Meu amigo advogado Flávio Queiroz de Paula, tinha razão: quem mais gera emprego no Brasil é o bandido!
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