Policiais Militares, por pior que seja o bandido, por maior que seja a sua folha corrida, não são pagos para matar; mas sim para prendê-los, conduzi-los à Delegacia e à Justiça julgá-los de acordo com a Lei. A decisão firme e determinada que da cidadã que se encontrava no Parque das Palmeiras, no município de Ferraz de Vasconcelos, em SP, visitando o túmulo de seu pai, é digna de todos os elogios. Ela sim é uma heroína! O nome dessa heroina não foi divulgado!
A cidadã telefonou para a própria PM e denunciou um crime ocorrido dentro de um Cemitério, enfrentou o soldado assassino e merece todo o nosso louvor e aplausos. Ela foi corajosa, agiu com profundo espírito de cidadania e um elevado grau de censo moral e dignidade. Por isso, merece nossos parabéns!
Está certo que a vítima tinha uma imensa folha corrida, tinha roubado um carro, perseguido, recebeu um tiro na perna. Na realidade, ele não era nem um exemplo de dignidade! Mas a explicação do comandante da corporação, dada à Rede Globo, foi a pior possível: será que só por que ele tinha uma imensa folha corrida, nada recomendável, teria que ser executado, logo dentro de um cemitério? Acho que não!
Como sempre acontece nesses casos, os PMs foram a uma Delegacia e registraram uma troca de tiros fictícios com bandidos, no qual o suposto meliente tinha sido morto. Mas tudo foi desmentido na hora porque a cidadã teve a coragem de enfrentar o assassino e, graças a sua atitude, os policiais foram presos.
Como disse no início de minha crônica, a função de Policiais Militares não é executar sumariamente as pessoas, por pior que elas sejam, por mais extensas que forem suas fichas criminais! Não fosse o telefonema dado na hora da execução para o Copom, órgão que recebe ligações dentro da PM, o famoso 190, os policiais não seriam presos! Parabéns à cidadã pela sua coragem e senso de cidadania!
Publiquei uma crônica que policiais militares em Manaus forjaram o registro de troca de tiros entre policiais e bandidos, o mesmo que os policiais militares em São Paulo também fizeram. Nos dois casos, o que ocorreu mesmo nos dois casos foi uma tentativa de execução de um rapaz à queima roupa, sem direito de defesa, dominado, muito menos sem reagir em Manaus e em um assassinato à sangue frio, dentro do cemitério, em São Paulo.
Em Manaus, o governador, Omar Aziz, sem ficar inerte, demitiu o comandante geral da PM por isso. Em São Paulo, não sei se o governador terá coragem para fazer o mesmo!
No Amazonas, há um psicólogo para mais de 7 mil policiais! Em outras corporações não devem ser tão diferente!
Os PMs são mal pagos, têm horários de trabalhos excessivo- já ministrei aulas para alguns alunos da Polícia Militar que dormiam em sala de aula - que saiam do trabalho direto para o estudo – sobretudo os soldados, mas nada disso serve de desculpa para que matem pessoas por pior que elas venham a ser.
Polícia Militar é apenas para prender e conduzir os acusados até aos Distritos Policiais ou tentarem apaziguar os ânimos, pois nem sempre é necessária a condução. Muitas vezes os Policiais são chamados apenas para acalmar os ânimos, o que não foi o caso.
Infelizmente essa heroína ainda não entrou no grupo de Proteção a Testemunha porque teria que mudar de Estado, omitir seu nome. Fazer uma nova identidade e não aceitou, sem contar que esse programa se encontra falido.
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