segunda-feira, 2 de março de 2015

MARIA FARIAS DE SOUZA, A PAIXÃO QUE ERA DE TODOS! (À Maria Souza, com meu pedido de desculpas)



O pedido de amizade pela rede social facebook de Maria Souza, remeteu-me a doces lembranças de Maria Farias de Souza, uma louca paixão adolescente de 15, que a moça nunca soubera porque também era amada com a mesma paixão infantil por todos seus colegas da mesma idade, no Ginásio Dorval Porto, em Manaus. Maria Farias deveria ter uns 15 ou 16 anos naquela época em que cursávamos a 7. série primária, mas era uma pessoa marcante em vários aspectos: bonita, gosto angelical, cabelos longos que reluziam ao sol, morena, olhos castanhos...enfim, era o aperitivo para os olhos que quem a visse, mas que nunca tive o prazer de beber, até porque no final na década de 70 isso era lavado com sangue. Também porque, nessa época, tinha namorado que a levava e a buscava na Escola todos os dias, deixando os demais colegas babando de inveja e desejo, inclusive eu! 

Como poucas informações, pensara ter encontrado a paixão que fizera bater  em meu coração adolescente e, a falta de qualquer resposta de Maria Souza às perguntas que lhe dirigia pelo facebook, fez aumentar a minha aflição. Busquei seu álbum de fotos e me deparei com uma moça de cabelos longos, lisos e sedosos publicada e pensei tratar-se de filha da Maria Farias de Souza. Indaguei várias vezes se ela era quem eu procurava e a resposta era sempre um silêncio estarrecedor, quase sepulcral. Naquela   época infantil cheio de hormônios, meu único interlocutor da paixão de adolescente fora meu colega de sala, o hoje advogado Luiz Eron Castro de Ribeiro que, por muitos anos, comandou  o Segundo Cartório de Ofício de Notas de Manaus.

Maria Farias de Souza era uma jovem que se poderia chamar de paixão de todos os colegas de sala. Mas Maria Farias de Souza não sabia de nada porque ninguém tinha coragem de se declarar temendo apanhar  de seu namorado que a vinha deixá-la e buscá-la na porta do Colégio, dia sim e o outro também. Ela era um colírio para os olhos de todos os seus colegas de sala, mas que ninguém tinha coragem de pingá-lo com medo de cegar. Será que o sol lhe tinha inveja ao ponto de fazer seu cabelo reluzir, parecendo um espelho? Não saberei! As informações que tinha sobre Maria Farias sempre me eram repassadas através do amigo Luiz Eron, de quem também era amiga. Depois, casei e a esqueci. Mas a curiosidade de tê-la reencontrado pela rede social, não morrera dentro de mim! Mas como suponho que esteja casada e deve estar usando nome do esposo!

Depois de muito insistir na pergunta, lhe dizendo-lhe que a foto que vi publicada em sua página se parecia demais com a Maria Farias de Souza, finalmente recebi sua resposta. Não, não era ela. A Maria Souza que me pedira amizade era na verdade Maria José F. de Souza e tinha 37 anos. A Maria Farias deve ter mais de 50 anos como eu. Desabei, me desmontei porque não era quem eu pensava, mas isso não é prolema. Nas carteiras de madeira da Escola, lousa, porta de banheiros sempre declarava minha paixão de adolescente por Maria Farias de Souza: “EU TE AMO, MARIA FARIAS DE SOUZA”. Outros colegas do Dorval Porto, inclusive meu amigo Luiz Eron, também escreviam porque ela era uma moça bonita, brejeira e com um charme peculiar que só se encontra nas amazonenses, pela mistura de muitas raças. 

Poderia ter se candidatado em concurso de Miss e ganharia! Mas será que continua tão linda quanto fora? Muitos anos já nos separam. Não a conheço mais se a vê-la na rua. Talvez tenha mudado tanto quanto mudei: caíram pelos cabelos lidos e sedosos, fiquei calvo e passei a usar óculos. Ela deve ter mudado também e eu não a reconheceria se a reencontrasse, mesmo por acaso! Nas carteiras de madeira do Colégio Dorval Porto, nos banheiros, na lousa, em qualquer lugar que pudesse, ficaram gravados e desenhados corações e dentro dele a frase  “eu te amo” ou, então, em inglês, que era moda na época dos anos 70/80 I Love You, uma herança do movimento hippie!

Continuarei esperando que ela me encontre porque deve ter casada e passado a usar o sobrenome de seu esposo. Eu não terei como encontrá-la, infelizmente. Mas gostaria muito, só por curiosidade!

6 comentários:

  1. Chirles Oliveira/escritora2 de março de 2015 às 13:30

    Que lindo!!!!Lindo texto, lindas memórias! Creio q deve ser a curiosidade de muitos que tiveram paixões platônicas de adolescente...Tempo bom onde as emoções fluem e nos fazem sentir o coração pulsar vivo no peito.

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  2. Luiz Eron Castro Ribeiro/Advogado2 de março de 2015 às 13:33

    Que tempo bom, amigo, só que era a sétima série e não a quinta.

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  3. Kkkk... Hummmmm um mero homem vivendo um flasback

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  4. é muito lindo viver e viver,e realizar a emoçao.As vezes,tbm penso,esta perto.Mas sempre estive longe.é bom gardar no coraçao as pessoas,que fazem parte da tua vida,com amor e carinho.

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  5. Pois eu reencontrei quase todos os meus antigos amores - os que estão vivos, pq muitos faleceram. Alguns ficaram famosos e imbecis. Outros, bem-sucedidos e simpáticos. Outros ainda, ficaram anônimos, mas sem perder o charme. Ainda estou buscando por um... ele mudou de nome... bjs. Dalva

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  6. EU ACHO MUITO BONITO ESSA SUA INSISTÊNCIA DE REVER UMA PESSOA DO SEU PASSADO , ESSA HISTÓRIA TÃO SINCERA , QUE MARCOU SUA ADOLESCÊNCIA , E SUA CURIOSIDADE DE REVER ESSA PESSOA,QUE MARCOU UMA FASE DE SUA VIDA , MUITO LEGAL AMIGO . CASO VOCÊ A ENCONTRE , PUBLIQUE EU VOU GOSTAR DE LER O FINAL !

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