Depois de certo tempo de amadurecimento, a vida, se
desenvolve como as ondas do mar ou de um rio. Se bravias ou mansas todas se quebram
nas encostas das pedras, removendo as areias da praia e se transformando em
espumas na arrebentação, depois cumprirem seu propósito e finalidade. Aposentado precocemente por invalidez aos 49
anos, a minha vida também tem sido assim, flutuando como ondas!
Durante a atividade como professor da alfabetização à
faculdade, plantei rosas, arranquei ervas daninhas, transformei pedras brutas
em diamantes e hoje colho os frutos do que fiz em forma de reconhecimentos que
não esperava recebê-los em vida. Na existência ocidental, o choro e o
reconhecimento só surgem depois da morte. Depois de receber a ex-aluna Rosana Silva, da
Escola Padre Pedro Gialandy, que fez parte de minha vida e história no ano
de 2003, foi surpreendido com essa
declaração de carinho: “Querido Mestre. Descobri seu blog e fiquei muito lisonjeada e emocionada
com um texto (crônica que escreveu se referindo a mim, saiba que fico muito
feliz em telo marcado positivamente, saiba, ainda, que muitas vezes lembrei do
senhor e que se tirei boas notas é porque o mérito era seu, também, considerado
que és um excelente professor. Lendo seus textos, (crônicas) pude
compreender a sua luta durante esses anos, e peço a Deus que ele lhe dê a vitória,
pois nada pra ele é impossível”. Era a aluna Ana Paula Sabeli, da Faculdade Nilton Lins, assistente social
formada há 7 anos e trabalhando na SEAS.
Durante as aulas, tímida e discreta, Ana
Paula Sabeli, sentava sempre no lado direito da sala, no sempre no lado direito
e parecia ser bem dispersiva, parecendo
distraída. Não perguntava nada, não interrompia as aulas, não questionava nada durante
as explicações dos conteúdos que ministrava com prazer para uma turma de mais
de 50 alunos. Ela só parecia distraída mesmo. Na primeira avaliação e nas
seguintes, tirou sempre as melhores notas e me surpreendeu positivamente. Ana Paula, contrariou a média geral de baixíssimas notas da classe. Sempre que iniciava um novo
assunto ou teoria social, explicava filosoficamente a origem de cada uma delas,
fazendo os alunos conhecerem as origens das diversas teorias que o Serviço
Social, se apropriou ao longo dos anos, depois de ter nascido na Inglaterra,
durante a Revolução Industrial, como serviço da Igreja Católica, oferecida aos
pobres e desvalidos da sorte, pelas “damas de caridade” como classificava a
Igreja todos os que tinham perdido suas terras para o capital e procurado a
cidade para sobreviver com dignidade, mesmo que a custa de terceiros. Márcia
Helena, Jane Mara, Lilian Gomes e Laudenise, estão todas também trabalhando na
Secretaria de Estado de Serviço Social- SEAS, comandada pela Secretária Regina
Fernandes do Nascimento. A ex-colega, Jane Mara é sua Secretária
Executiva.
Ana Paula foi me visitar no Hospital, mas também não lembro.
Depois do coma de 10 dias de coma induzido em 2006, passei mais 45 dias sem
memória. Lacunas desse tempo, estão
sendo reconstruídas aos pedaços pela minha esposa de 19 anos, Yara Marília
Queiroz. Meu filho tinha oito anos quando sofri a primeira operação e também
não tem lembranças de como tudo começou! De uma coisa, estou certo: como se fosse uma onda que desagua na areia
da praia produzindo terror no início quando começa e suavidade quando termina,
tenho a certeza que a dureza e as exigências que fazia aos alunos, se transformaram
em espumas suaves e me permitem andar com os pés descalços por sobre elas,
feliz porque cumpri meu dever como professor.
Meu amigo Carlos Costa! És um, dos grandes valores aqui em nosso planeta terra! Parabéns amigo! Boa tarde.
ResponderExcluirParabens...
ResponderExcluirBacana desta menina ...
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