terça-feira, 16 de janeiro de 2018

MEU PRÓPRIO ACORDO COM O TEMPO! FERNANDO GRACENO)


Como fez o advogado, poeta e ator já falecido com mais de 90 anos, Mario Lago, também farei meu próprio acordo com o tempo:  permitirei que continue pintando meus poucos cabelos cor de prata, mas nem ele virá atrás de mim e nem correrei a seu encontro! Um dia qualquer, nas esquinas das Ruas VIDA e MORTE, certamente nos encontraremos, nos abraçaremos e caminharemos de braços dados um ao lado do outro. Pronto, estará consumado meu viver terreno! Inusitado, mas irreal esse encontro para todos os seres vivos. No último ato de minha vida terrena, serenamente acompanharei a morte para onde quer que me leve mas quero continuar vivendo com Deus!

Não devo ficar esquecido. Enquanto falarem de mim ou sobre o trabalho que deixarei, sentir-me-ei imortal. Depois que me esquecerem e não falarem mais nada sobre mim ou meu trabalho, já terei virado pó da insignificância! Espero que a morte não chegue rápido, nem seja dolorida mais dolorida do que a vida. Viver não ê fácil, morrer é fácil; basta estar vivo! Ao contrário do ator Mário Lago, não quero viver mais do que noventa anos. Não tenho mais saúde para isso! Mas a ideia da morte para todos os mortais não me apavora mais! Deve vir como um sono profundo para nem a perceber. Queria morrer como um passarinho, mas não sei se Deus me concederá meu último desejo!  

Contudo, peço que me deixe um pouco mais entre os mortais - que todos seremos um dia - para poder aproveitar e observar mais atentamente e continuar me purificando espiritualmente - ensinando aos que não sabem e aprendendo um pouco com os que dizem que sabem, mesmo não sabendo nada do que dizem. Mantenho a certeza que ninguém seja totalmente analfabeta que alguma coisa não possa ensinar do mundo tecnológico! O mais burgo dos homens nascido na era tecnológica, nascido já manuseando um computador, um tablete ou celular e redes sociais, sabe mais do que sei! 

Já estou pronto para acompanhar morte sem quando ela vier me buscar. Afinal, já vi a morte me observando 11 vezes, desde o ano de 2006.  Sou campeão de internações pós-cirúrgicas em UTIs e CTIs em Manaus e SP. Em todas elas cirurgias vi a morte me olhando e ela sempre estava sempre viva, como disse o cantor Cazuza.  Morrer é apenas virar tristeza para os que ficarem, lembranças e saudades aos que conviveram e ao meu lado. A ideia da morte não me apavora como já disse, porque me tornarei lembranças eternas a todos que me conheceram e serei imortal enquanto pensarem que um dia vivi entre todos os mortais!

Mas viver sendo escravo do celular que dispara sempre nos horários dos remédios passei a toma-los desde 2006, quando operado de empiema cerebral em sala de aula, faz muito mal tendo que reaprender tudo de novo. Hoje, vivo tudo maciamente e me fará diferença continuar vivendo ou morrendo para o mundo e continuar vivo morando ao lado de Deus! 

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