domingo, 17 de junho de 2018

PICOLEZEIRO, BARÉS E A GUERRA MUNDIAL!


Esperando o Hexa na Rússia, durante a Copa do Mundo de 70, de gastas sandálias havaianas no pé, com um prego para prender as correias nela, vendia picolé nas ruas de paralelepípedos do bairro Morro da Liberdade, em Manaus.  Quando entrava nos bares na Rua Branco e Silva ouvindo comentários nas mesas, pensava que havia começado a 4ª Guerra Mundial, tantas eram as expressões que costumava ouvir em comentários de pessoas embriagadas.  Não sei porque as pessoas que passam dos limites, passam a falar mais alteradas no tom de voz!

Nas mesas, ouvia muito pessoas dizendo "o Brasil irá triturar, massacrar a Thecoslovaquia" do primeiro jogo vencido por 4 x1, que iria "arrasar a Itália" (4x1). E arrasou mesmo, as duas, mas só no futebol! Também ouvia as palavras "derrotar, destruir, dizimar". Será que a Guerra já que tinha começado e ninguém tinha me avisado? De que adiantaria se tivessem adiantaria pouca coisa: era um menino franzino de 10 anos e não poderia lutar, mesmo que quisesse faze-lo!
                      
Sem entender nada, pensava que tinha começado a guerra de novo, porque havia a animosidade entre os Estados Unidos e Rússia, que viviam se ameaçando com a Guerra Fria, apenas com retóricas e de ameaças com palavras. Pensei que estava acontecendo uma nova guerra entre os países que citavam nos bares que entrava, principalmente o Bar Jupaty, que diziam que vendia a melhor caldeirada de tucunaré da cidade. Jamais pensaria que fosse só a "COPA de 70", no México e a final sendo entre Brasil e Itália. A seleção brasileira comandada por Pelé, tinha Garrincha e mais 9.  Jairzinho, o “Furacão da Copa”, faz gols em todas as partidas. 

O Brasil derrotou a Thecoslovaquia pot 4x1, a Bulgária 1x 0, Romênia 3 x 1, Peru por 4x1, o Uruguai por 3x1 e chegou à final, invicto, derrotando a Itália por 4x1. No final, comemorei muito ouvindo a mesma, “Guadalajara, (final da copa) mora em meu coração... no Bazar Centenário, que existia na avenida Adalberto Vale, no bairro da Betânia, bairro em morava ao lado do Morro.

A caixa de picolé, era mais pesada do que as bombas que não poderiam caber dentro dela! A "guerra" (e ficava inocentemente preocupado,) que imaginava que estivesse ocorrendo também não poderiam caber as armas estrangeiras matando “inimigos” humanos derrotados ou vencedores!

Como afirmei no poema do livro (DES) CONSTRUÇÃO, lançado em 1978: GUERRA é apenas um país se matando com armas estrangeiras!


Um comentário: