domingo, 24 de junho de 2018

AZEVEDO, DUAS PESSOAS, EM UMA SÓ!


Como enquanto empresário era arrojado em tudo o que se propunha fazer. Contudo era muito divertido quando viajava, com amigos ou sozinho. Fiz algumas viagens com ele e posso atestar que o proprietário do Grupo TV LAR, assumia outra postura avessa a sua sisudez empresarial. Diziam que quando viajava à Portugal, sua terra que nunca esqueceu, era só para zerar seu “QI”, recarregar as pilhas e voltar a Manaus com mais sede de tocar seus negócios. Se era verdade ou não o que diziam, não sei. Nunca o acompanhei em suas viagens à Portugal. Mas quando viajava José dos Santos Azevedo, posso garantir que uma pessoa superdivertida.  Era duas pessoas em uma só!

Em 1892, viajando de Manaus à capital potiguar para participar de um Congresso de Lojistas, ele estava tomando whisky, na parte dos fundos de um moderníssimo Transbrasil, cujos aviões viraram sucatas nos Aeroportos do Brasil, junto com outras aeronaves da Varig, Vasp e Cruzeiro do Sul. No momento, serviam o jantar. Contudo o moderno avião pegou um vácuo e desceu uns 400 metros de uma vez e estabilizou em seguida. Azevedo, que estava em pé e sem sinto de segurança. Ele bateu no a cabeça no teto e a cortou. Pediram curativo para estancarem o sangue e viagem prosseguiu, sem mais incidentes. Era a primeira vez que viajava a Natal e me apaixonei pela cidade e tomei a decisão de residir na capital dos índios potiguar.

O dono da joalharia Ouro & Ora, Novelino Meneguine,(in memoriam)  que existia em Manaus despachou dois vídeos cassetes além da cota permitida como bagagem de mão com outros empresários que nada levavam. O Congresso inauguraria, o Centro de Convenções de Natal, na orla do costeira. Azevedo era o presidente do CDL/Manaus. Chegando do dono da Ouro & Ora, os deixou no Hotel, mas em seguida teve que os deixa por falta de vaga, mas o empresário e dono de uma loja na Avenida Eduardo Ribeiro, havia "escondido".  O dono da Joalheria Ouro & Ora, teve que se hospedar no Motel Taity e o Azevedo foi deixa-lo, com outro empresário. Ao chegar, o outro empresário se levantou do banco de trás e disse que só dormia no motel se tivesse “coxão d’água”, para a gargalhada do Azevedo. Ele, como presidente do CDL/Manaus, tinha feito reserva no Hotel, mas na hora da chegada do voo de madrugada, a vaga não existia mais. Fomos recebidos em Natal com outdoors engraçados do Motel Taity, junto com faixas “Bem-Vindo à Terra que Nunca Chove” com a foto do potiguar Gilliard. Ele foi o cantor de maior sucesso Nacional com Álbum “Aquela Nuvem”, lançado em 1979, mas que ainda fazia sucesso em 82. Durante a ida ao Centro de Convenções, das propagandas que li lembro-me de uma do Motel: "Filho, peça ao seu pai para levar sua mãe ao Motel". Todos usando paletó e gravata entramos juntos ao lado do baixo José Azevedo e demos um susto no gerente da Lobras potiguar. Dissemos ao gerente que tínhamos ido visitar a Loja e que éramos os seguranças de um dos donos da Lobras. O gerente que tinha ficado de concluir uma mudança da lanchonete do segundo para o primeiro andar bateu palma e anunciou pelo microfone “Vocês acabaram de receber a visita de um dos donos da Lobras quer veio ver se a mudança já tinha sido concluída”. E pediu pressa a todos e disse que ficaria tudo pronto à tarde. Dissemos que voltaríamos, mas, extenuados do Encontro de Empresários, voltamos para o hotel pelo outro lado da rua, aos risos.

Em outro momento, em viagem à Manacapuru, em sua Belina Marrom, Azevedo ficou hospedado em seu apartamento no alto de sua loja e visitou uma pessoa que tinha financiamento que o extinto BEA -Banco do Estado do Amazonas para comprar gado e comprou tartaruga. Sei agora que foi à Fazenda do empresário D"Angelo (hoje dono do Paraiso D'Angelo). Como não se encontrava, deixou um "recado abusado”: "diga ao seu patrão, que um fiscal do BEA esteve aqui para fiscalizar a aplicação do financiamento". Azevedo na época pertencia ao Conselho de Administração do BEA e sabia sobre todos os financiamentos feitos pelo Banco e para que se destinavam. Como comecei escrevendo nessa crônica, José dos Santos Azevedo era duas pessoas em uma só: como empresário era durão, competente e educado. Quando viajava sozinho ou acompanhado de amigos, era muito divertido, talvez porque estivesse longe das atribulações do dia-a-dia empresarial de quem começou consertando e vendedor de rádios e criou um império econômico, era muito divertido e divertia aos seus amigos.

Azevedo faleceu em SP, enfisema pulmonar, aos 84 anos. Ele fora do mundo seu mundo empresarial era totalmente diferente e muito divertido! 


4 comentários:

  1. Lindo texto, parabéns!

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  2. Parabens, ecelemte cronica do Azevedo que ninguem conhecia!

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  3. Foi um homem admirável

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  4. Muito boa sua cronica com estas divertidas memorias....

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