O exato sentido do que deveria ser a palavra “relações humanas”, foi completamente destruído na era da virtualidade e precisa de uma nova e urgente definição porque o que era não é mais!
Com namoro, encontro, descrição nem sempre verdadeiras e muitas mentiras virtuais são feitas transmitidas pela internet em salas de bate-papo e outras formas, as “relações humanas” precisam ganhar um novo sentido porque tudo o que se compreendia sobre o tema desapareceu completamente nos dias de hoje.
Não existe mais o olho-no-olho, o cara-a-cara e os bate-papos com proximidade. Estamos criando nova geração “conectada” e “internetizada”, mas carente de amor, carinho, respeito, cidadania, obrigação e confiança em si mesmo como no passado. Pessoas se escondendo por atrás de uma tela de computador, e dizendo o que querem, bobagens que desejam, usando a linguagem que acham ser a mais correta e sendo reprovadas em provas, testes de emprego, concursos e vestibulares para ingresso em cursos superiores. Hoje, tudo é feito, produzido, veiculado virtualmente. E nessa era muitas mentiras são difundidas também!
Os jovens, adolescentes e crianças não possuem mais qualquer tipo de sociabilidade; mas, sim, de “internetibilidade”, não se relacionam mais, apenas trocam e-mails, não conversam mais, somente mandam MSN e torpedos; não escrevem de forma correta mais e, por isso, também não falam porque uma nova linguagem virtual está surgindo e precisa ser decifrada e explicada, muitas vezes.
É a linguagem cibernética que está invadindo lares, mudando comportamentos, atitudes e fragilizando cada vem mais as relações interpessoais na sociedade humana! Se de um lado, isso pode ser encarado como modernidade, por outro lado pode ser considerado um grande atraso na sociabilidade dos jovens e adolescentes que passam a viver isolados, presos dentro de seus apartamentos e perdem completamente o salutar convívio social que existia antes da era da internet.
Relações Humanas que eram, no passado, foram definidas como “conjunto de interações que mantêm os indivíduos no seio de uma sociedade”, tendo por base “os vínculos, muitas das vezes hierárquicos, que existem entre as pessoas e que têm lugar através da comunicação (podendo ser visual, linguística, etc.)”, não pode e não deve ser mais entendida e definida assim.
Como afirmei, isso desapareceu na era da internet e novo conceito terá que ser criado ou acrescentado porque os vínculos hierárquicos desapareceram entre as pessoas; a comunicação está diferente, a visualização já não é mesma, a linguística está desaparecendo...enfim, nada está igual como já fora no passado. Nada do que se definia como a essência das “relações humanas” não existe mais.
As relações humanas não são mais primordiais para o desenvolvimento individual e intelectual de cada ser humano, pois os laços ”internetizados” não constituem mais valores essenciais da sociedade atualmente existente mas uma nova sociedade está sendo construída sobre as bases do individualismo, solidão e sem emoções verdadeiras ou inter-relações pessoais.
Mesmo que as relações humanas impliquem, ainda, em pelo menos dois ou mais indivíduos se relacionando, poder-se-ia supor que a questão estivesse resolvida plenamente não fosse esse processo se dar apenas entre dois indivíduos que não se conhecem, trocando mensagens, falseado suas características físicas, mentindo no que gosta ou não gosta e até em sua idade em cadastros virtuais.
Não sabendo conceituar mais esse assunto e nem sendo minha atribuição ou responsabilidade em fazê-lo e por não ter competência profissional para essa tarefa, deixarei para quem desejar pesquisar o comportamento de internautas para propor um novo conceito para relações humanas.
De uma coisa estou certo: os integrantes da sociedade não se reconhecem mais, não respeitam os direitos individuais e não podemos mais garantir que sem boas relações humanas, não pode haver uma boa qualidade de vida, simplesmente porque tudo isso desapareceu com a era digital.
Maria Dolores Sousa Miranda Certíssimo amigo poeta. O seu texto além de esclarecedor, leva-nos à uma reflexão: Será que estamos curtindo os nossos amigos como deveríamos?
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