sexta-feira, 16 de maio de 2014
O "CERCADINHO" DA HIPOCRISIA SOCIAL!
Como se fossem crianças, usuários dependentes químicos de São Paulo estão sendo obrigados a permanecer dentro de uma espécie de cercadinho de grades, sem que isso seja a melhor solução para detê-los dentro de um espaço ou para tratá-los contra a dependência química que são....É apenas um cercadinho da hipocrisia social, que os exclui e não os integra ao convívio social e que não leva a qualquer solução prática de efetividade social no tratamento da dependência química.
Ao contrário de mantê-los dentro de um cercadinho sob a alegação de que estavam fechando as ruas na capital paulista, o flagelo social da dependência química deveria ser enfrentado pelo poder judiciário com a sentença de tratamento contra a dependência para todos os adolescentes que se encontram nessa situação, sem colocá-los, como se fossem crianças ou gados para andar na mesma direção como se todos fossem seguir para um matadouro, dentro de uma “cercadinho da hipocrisia social.” Os que não aceitassem a imposição da sentença de tratamento químico em clínicas especializados, seriam recolhidos à Fundação Casa para aprenderem novas modalidades de crimes.
Será que já não é chegada a hora de se enfrentar o problema da dependência química de frente, com a união do que determina o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente ao que decidem os magistrados, trocando as penas de internação compulsória por penas de tratamento contra a dependência química aos adolescentes pelos mesmos três anos do afastamento do convívio familiar? Vive-se uma completa hipocrisia: prende-se os traficantes - que ficam pouco tempo na cadeia, mas não se trata adequadamente os dependentes químicos, geralmente adolescentes que se prostituem vendendo seus corpos, praticando violência contra a sociedade, fazendo pequenos furtos de bolsas, relógios e celulares, só para adquirem a droga?
Será que esse círculo vicioso da hipocrisia de prender o traficante e não tratar o dependente químico, vai continuar por mais tempo? Quando será que a sociedade e a política perceberão que é mais barato tratar o dependente hoje do que prendê-lo amanhã, na fase adulta, com custos elevados em alimentação e equipes multiprofissionais que os assistam? Será que não seria mais barato investir em educação de qualidade que os incluam de imediato do que construir cadeias que os abriguem depois, na maioridade? Existe o programa Braços Abertos para dar oportunidade de moradia, atendimento de saúde e assistência social aos dependentes de crack, por meio de oferta de vagas em hotéis da região da cracolândia, Mas que não seria mais eficiente e barato para a sociedade transformar tudo isso em pena de tratamento compulsório aos dependentes químicos?
O prefeito Fernando Haddad, do PT de São Paulo, deseja que os usuários de drogas fiquem na parte interna de um gradil, liberando para os carros as ruas que ficavam interditadas pelos dependentes que se concentravam em todos os lugares. Será que essa será a solução mesmo? Por quanto tempo os dependentes químicos vão caminhar dentro desse “cercadinho da hipocrisia social”, se não conseguem nem mantê-los em tratamentos hospitalares? A administração municipal de SP realiza um programa de reinserção social na área da cracolândia desde janeiro, oferecendo trabalho aos dependentes químicos, em vez de oferecer tratamento a todos, antes de oferecer-lhes emprego. Livre das drogas, teriam mais condições de recuperação e reinserção social e se manter no emprego!
A Prefeitura de São Paulo está somente varrendo para debaixo de um tapete o mais antigo, velho e grave problema social. Mas será que a solução não estaria na mudança do ECA, determinando internação compulsória para todo o que for detido por porte de drogas ou ao dependente químico?
Será que já não seria o momento de a Câmara Federal que derrotou uma mudança importante no ECA só porque politicamente não lhe interessa no momento político e reduzir a maioridade penal para adolescentes envolvidos com tráfico de drogas, latrocínio, homicídios ou que assumem crimes para proteger maiores que podem ser presos? Ou quem sabe, para punir a presença de jovens que depredam por ônibus por ordem do tráfico, matando e se envolvendo em depredação de patrimônio público só porque sabem que não podem ser presos, apenas apreendidos?
O “Cercadinho da Hipocrisia Social”, um cercado de matam em uma praça está instalado na esquina da Alameda Cleveland com Rua Helvetia, na cracolândia. Mas será que em termos sociais, isso terá alguma eficácia? Entendo que em termos sociais, melhor seria tratar todos os dependentes químicos que perambulam pelas ruas e depois, encontrar trabalho para todos e ajudar suas famílias!
Ainda dá tempo para retirar esse cercadinho e trocá-lo por internação para tratamento compulsório para todos os adolescentes ou internação na Fundação Casa, para aprenderem novas modalidades de crimes e saírem todos com certificado de conclusão do curso de criminosos profissionais, com direito a solenidade de formatura e tudo, inclusive fotos para registrar o evento.
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16/05/2014 12:14 - Gary Burton
ResponderExcluirOs governantes perderam a mão a há muito tempo....):
é um escandalo!!! que direito tem a prefeitura de agir,assim,com seres que precisam de ajuda,falta de humanidade.Muito estranha essa historia.
ResponderExcluirMaria Hirschi
Suiça
20/05/2014 11:54 - paulo rego
ResponderExcluirMeu caro amigo e bravo jornalista, Carlôs. Quando estive na Holanda, presenciei coisa parecida; jovens, sob uma ponte, à luz do dia, se drogavam tranquilamente! Todo o mundo está sob o espectro da droga e a luta é inglória. Há milhões de dólares em jogo e há, também, a influência política no que tem de mais sujo em suas atividades. A fabulosa soma de recursos com que contam os traficantes, dificulta, e muito, a erradicação do mal; a corrupção grassa e cresce a cada hora e só um regime de extrema força (vide Cingapura) logrará êxito. A preocupação atual seria, apenas, ética, ou seja; esconder a miséria da dependência química. Aliás, aqui no Brasil está tudo errado e os responsáveis, como a Justiça, estão cegos. Muito oportuna a crônica, amigo. Um gde abç
16/05/2014 22:21 - Beatriz [não autenticado]
ResponderExcluirAcho que nenhum dependente de drogas e álcool aceita a internação . E a maioria não tem condições psicológicas para decidir. Conheço muitas mães que deram graças a Deus de terem conseguido internações compulsórias para os filhos. Antes do Governador de São Paulo oferecer internação em clinicas para recuperação esses drogados repressentavam ameaças para os familiares e o povo. Eu não acho certo o que o prefeito Hadad do PT está fazendo. Esse negócio de ele oferecer hotel para os drogados morarem , sem antes passarem por um tratamento parece que é só para competir com o Alckmin. Quem convive com drogados e alcolatras sabe que é preciso a internação para a desintoxicação antes da inclusão social. Não importa a idade sem o tratamento de desintoxicação não tem como o dependente se libertar. Acho que o Alckmin está certo e o Hadad está errado.