domingo, 4 de maio de 2014

"O CONTADOR DE HISTÓRIAS" (O FILME)


No Brasil de tantos impostos, o ensino público de qualidade não é uma prioridade. Isso é o que provou a história de Carlos Roberto Ramos, protagonista do filme “Contador de Histórias”, que  o conheci quando fomos receber das mãos do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, os prêmios cultural, educacional e de direitos humanos do SCV, quando o Brasil comemorava os 500 anos de  independência de Portugal. 


Várias comemorações foram programadas no Governo e tive o privilégio de sentar ao lado do Contador de Histórias, e da ganhadora nacional do prêmio de Direitos Humanos do Serviço Civil Voluntário, aluna do Amazonas,  Eu, como diretor regional norte do SEST/SENAT, a aluna do SCV  e o contador de história mineiro Carlos Roberto Ramos  sentamos na mesma fileira e troquei rápidas palavras com o homenageado que receberia em seguida o prêmio Educacional por ter retirado das ruas, com suas histórias, outros meninos que também viviam nas ruas. Projeto Serviço CivilVoluntário -SCV fora um dos melhores projetos governamentais  desenvolvidos pelo  Governo FHC;


Sentei ao lado de Carlos Roberto Ramos  e conversamos por rápidos momentos, quase sussurrando, mas não sabia que a história da pedagoga francesa que o retirou da Febem e o transformou pela perseverança, carinho, muito amor e doação plena a um ideal de transformar uma realidade, também havia sida transformado em filme. Nem imaginava isso e ele também nada falou, mas observei que o “contador de histórias” era um moreno forte, me contou que tinha se formado em pedagogia, falava o francês e  tinha pós-graduação, e que também receberia um prêmio por ser contador de histórias no Projeto SCV. Também era bem-falante. uma excelente pessoa e de bom caráter. Trocamos ideias sobre a vitória a nível nacional que a aluna do Amazonas teve no  SCV. Me pareceu uma pessoa simples, responsável e centrado. Acreditava como eu acredito que a Educação de qualidade pode transformar a vida do ser humano.


O filme narra um início de difícil  relacionamento com a pedagoga francesa, que o levou para morar com ela naquele país, se transformou em uma troca de amor, carinho por uma amizade duradoura, mas a educadora francesa não pode vir à sua formatura como pedagogo também porque sua tutora já havia falecido. Reconstruiu e constituiu sua família, conheceu sua mãe que participara de um assalto a um banco junto com Carlos Roberto Ramos, mas  este ficara para trás porque era menor e seria transformado em “doutor” na Febem. Calos Roberto Ramos se transformou em doutor sim, mas não pela publicidade da Febem, mas pelo apoio de uma francesa que o conheceu sendo recapturado mais uma vez e anunciou que fugiria de novo e cumpriu, sendo reencontrado pela pedagoga francesa tomando banho no chafariz, em uma Praça no Centro de Belo Horizonte.



O que mais me impressiona na história de Carlos Roberto Ramos é a certeza de que a educação no Brasil continua sendo negligenciada com péssimas escolas, reajuste do Imposto de Renda que não valoriza o gasto que os pais dos  alunos têm para colocar seus filhos, sendo necessário uma pesquisadora da França vir ao Brasil para ensinar que Roberto  Carlos entrou na faculdade, se formou em pedagogia e fez carreira como contador de Histórias. Enquanto isso, o Brasil faz propaganda dizendo que o ensino está cada vez melhor, mas como se o ensino de qualidade é caro e não permite ser descontrato no imposto de renda nem em sua metade. Hoje, um curso médio em Escola de qualidade chega a ser mais caro do que um curso superior de razoável qualidade, sem contar com o preço dos materiais didáticos, que estão excessivamente caros. Nada disso, porém, pode ser descontado como despesa educacional no Imposto de Renda, provando que a Educação não é uma prioridade no Brasil!


Já seria uma grande ajuda para todos os que desejam educar seus filhos



7 comentários:

  1. Arlene Paula Vdd. Assisti o filme, tremendo. Lógico que ali o amor foi salvífico, mas associado a educação ambos foram âncora transformadora na vida do protagonista. E ninguém mais do que ele ,que viveu as duras circunstâncias sabe o valor de uma educação de qualidade. Parabéns Carlos Costa por novamente, abordar, brilhantemente, assuntos de interesse social. Sou mesmo sua fã.

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  2. Keyla Maria Oliveira Silva Me espelho nesse cara e um dia sei que vou me encontrar com ele!

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  3. Helen Belem Assisti o filme, mas ler sua postagem foi muito bom.

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  4. Keyla Maria Oliveira Silva Amo esse filme!

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  5. nem sabia que existia um contador de historia,e tem ate fime.Como aprendir com minha mae sempre agradecer as pessoas mesmo que essas pessoas fosem,muitas mal educadas.Nunca entendir,hoje entendo.Conheço uma pessoa que tem a mesma Historia.Pra mim,continua igual,ela tbm e mineira e lancou a pouco um livro aqui na Austria.Me pergunto isso é historia de mineiro ou devo acreditar!

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  6. 05/05/2014 21:26 - Marta Cavalcante Paes
    "O filme passa-se na década de 1970, iniciando sua ação na cidade de Belo Horizonte onde Roberto Carlos Ramos vive com a mãe e seus nove irmãos em uma favela. A mãe leva-o então para a Febem acreditando que lá o filho terá melhores oportunidades, podendo até tornar-se um doutor. Na instituição, Roberto Carlos usa sua criatividade para conseguir mais comida e atenção, também aprende a impor moral entre os internos, mas ao tornar-se adolescente é transferido para outra instituição onde as regras são mais rígidas.Para fugir de castigos físicos, ele e outros internos descobrem o mundo das drogas e de pequenos delitos, fugindo sempre que aparece oportunidade para isso. Seu comportamento é rotulado pela instituição de irrecuperável. Nesse momento de sua vida, aparece a pedagoga francesa Margherit Duvas, que aos poucos, com palavras carinhosas e atitudes educadas vai conquistando o menino irrecuperável. Ela o adota e ele então tem a chance de se alfabetizar, estudar e dar asas a sua criatividade. Ambos vão viver na França. Após concluir seus estudos, Roberto Carlos retorna à Febém, como educador, e inicia sua história com outras crianças e adolescentes que ele vai adotando e criando uma família numerosa, com vinte filhos adotivos, alguns, como ele, ditos irrecuperáveis pelas instituições."

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  7. 05/05/2014 14:45 - paulo rego
    Meu caro amigo e bravo jornalista, Carlôs. São pessoas assim que fazem a diferença. Exemplos de obstinação, de desejo de voo mais alto, de deixar de rastejar. Felizmente, ainda temos muitos episódios semelhantes, mas, mesmo assim, são migalhas na estatística da nossa sociedade. Divulgar esses acontecimentos enobrece quem o faz e engrandece o personagem. Muito boa crônica. gde abç

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