sexta-feira, 23 de maio de 2014

SOU INOCENTE, REPETE O PREFEITO DE COARI, ADAIL PINHEIRO,


Com fundamento no Artigo 34 da Constituição, a Procuradoria-Geral de Justiça do Estado do Amazonas protocolou no dia 19 de fevereiro desse ano, um pedido de intervenção no município de Coari, junto ao Tribunal de Justiça do Amazonas, para que os desembargadores acatem ou neguem o pedido, baseada em irregularidades na implantação dos Conselhos Tutelares e outras como a exploração sexual de crianças e adolescentes, mas até hoje não mereceu atenção ou despacho da Justiça para que o Governador decrete e nomeia um interventor. Por que será essa morosidade toda, hein? “Sou inocente”, diz sempre o prefeito Adail Pinheiro, preso desde fevereiro em Manaus, no quartel da Cavalaria da PM,  sempre que consegue fazer chegar sua voz à imprensa. Mas quem condena ou absolve é a Justiça que está omissa - inclusive quanto ao pedido de intervenção - e ainda não o julgou por pelos casos escabrosos de pedofilia dos quais é acusado. A pedofilia deixa sequelas invisíveis irreversíveis nas vítimas. Mesmo sem qualquer julgamento, o mantém preso provisoriamente há mais de 81 dias e ele pode ser liberado a qualquer momento, voltar para Coari nos braços do povo, se dizer injustiçado e se declarar vítima de armações políticas que tentam prejudicá-lo. E as vítimas, como ficarão?


Só consigo ver nesse mar de lama pornográfica, muitos interesses políticos, tentáculos e muito dinheiro da Prefeitura sendo gasto com diversos advogados para que o prefeito não seja julgado, nem pela Justiça do Amazonas e nem pelo TSE. Na justiça do Estado, o prefeito responde a mais de 50 processos, na maioria acusando-o de crimes de pedofilia. No TSE tramitam contra ele, uma dezena de outras ações, por várias questões políticas, administrativas e financeiras. Todos os crimes de pedofilia pelos quais o prefeito está preso foram todos cometidos em seu município,  durante o exercício de seu mandato.


Sou terminantemente contra atos arbitrários seja contra quem quer que seja, principalmente se esse ato prejudicar socialmente uma população inteira. Lembro da arbitrariedade que foi feita pelo Governador do Amazonas, Amazonino Mendes, afastando o prefeito de Manaus Manoel Ribeiro por decreto, nomeando Alfredo Nascimento para seu lugar, só porque havia divergências políticas entre quem governava o Estado e quem administrava a cidade de Manaus. A intervenção paralisou o início de vários projetos futuros e em andamento e prejudica até hoje o povo que enfrenta  engarrafamentos no Porto de Manaus. Antes da intervenção, Manoel Ribeiro discutia com os empresários de ônibus,  mudança e transferência do Porto de Manaus, no centro da cidade para o Porto da Ceasa, mais afastado. Também negociava a compra de lanchar rápidas para transportar o povo pelo Rio Negro até o centro de Manaus e a aquisição dos chamados “manequinhos”, que os empresários chegaram a adquiri-los.


No caso específico do município de Coari, com seu prefeito preso há meses em Manaus acusado por crimes de pedofilia, pagamentos suspeitos ao seu advogado particular, Francisco Balieiro, além com depósitos de mais de 200 mil transferidos da conta do município para o advogado, sem que ele fosse o Procurador do Município de Coari, secretários presos em Manaus e agora transferidos para Coari, além de suspeita de que os vereadores teriam recebido 60 mil reais para manterem Adail Pinheiro no cargo, contrariando frontalmente a legislação que diz que um prefeito não pode se afastar de seu município por um período tão longo assim – desde fevereiro – sem motivo de tratamento de saúde, defendo a intervenção e a nomeação de um interventor imediatamente, defendo a intervenção, mesmo que seja traumática para a cidade. Também existem outros advogados pagos com o dinheiro da Prefeitura para defender os casos pessoais do prefeito!


Coisas estranhas ocorrem em Coari e nada justifica a permanência do prefeito no cargo, a menos que seja por motivos políticos-eleitoreiros. As eleições já estão se aproximando e muitos políticos precisarão de sua liderança.  O Ministério Público, que não tem nada a ver com isso, já fez sua parte e cabe à Justiça aceitar ou negar o pedido para que o mesmo seja deferido ou negado para que o governador José Melo possa decretar intervenção. Medo! Não acredito! No caso em questão a Justiça está cega e burra para analisar os fatos. Mas,  quando foi no caso de Novo Ayrão, a Justiça, por seguidas liminares, tirou várias do cargo o prefeito eleito José Carlos Areosa por questões menores e transformou o município dos “botos que comem na mão do turista” e das Anavilhanas, a maior ilha fluvial do mundo, em uma terra quase sem lei. Foram quase 4 anos, entrando e saindo prefeitos por força de liminares da mesma Justiça porque cada juiz analisava o mesmo assunto, tinha uma interpretação diferente, até que José Carlos Areosa veio a falecer depois de deixar o cargo. Se chegou até ao ponto de não se saber quem era o prefeito do município, tantas foram as trocas.


Nos dois casos -  Novo Ayrão e  Manaus-  o povo saiu prejudicado com obras e projetos não realizados, problemas que deveriam ter sido solucionados e não o foram e perduram até os dias de hoje. Refiro-me ao caso específico do Porto de Manaus, local em que os barcos regionais também atracam. Esse porto, ao lado do porto de Manaus construído pelos ingleses para exportar borracha, há mais de um século, não deveria mais funcionar mais nas proximidades da Feira da Banana e do Mercado do Peixe. Sem falar em outros projetos para o povo que deixaram de ser realizados por falta de tempo e desânimo do ex-prefeito que decidiu colocar um pé no freio de seus projetos, que seriam a solução para problemas que vivemos ainda hoje, misturando caminhões de cagas, táxis que têm vagas à falta de cumprimento da obrigatoriedade das resoluções do Contran para idosos, cadeirantes e que vivem com necessidades especiais e são portadores dos Cartões de Prioridade emitidos pela Manaustrans.


Pode ser que ocorrendo intervenção em Coari, o mesmo fato poderá se repetir como ocorreu em Manaus, em menor proporção, mas por pouco tempo porque o interventor será nomeado para sanar os problemas e convocar nova eleição já que o mandato do prefeito está no final. Espanta-me saber como foi que o prefeito preso pela Polícia Federal antes, conseguiu atestado de “ficha limpa” para se candidatar! Espanta-me também o fato de nem o TJ-Am e nem Tribunal Superior Eleitoral o tenham julgado até hoje. Se Adail Pinheiro é inocente, inocentem-no logo. Se é culpado do é acusado que o julguem e o condenem para que ele comece a cumprir logo sua pena. Mas um julgamento a favor ou contra o prefeito precisa logo ser  definido porque o povo ordeiro e pacífico do município de Coari não pode e nem deve ficar refém de um prefeito que em vez de defender seu povo, abusa das crianças e adolescentes como vem sido acusado, embora insista em dizer que é inocente e que tudo não passa de armação política de seus adversários!  Se forem verdadeiras ou mentirosas as escutas telefônicas divulgadas, das duas uma: ou Adail Pinheiro é um santo ou é um grande mentiroso, também!

3 comentários:

  1. Izomar Soares A justiça do amazonas é frouxa mesmo tão com medo desses pedófilo ou tão ganhando muitos dinheiro dos mesmos.

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  2. Wagner Figueiredo Acredito que as duas versões estão acontecendo pois se matar a galinha dos ovos de ouro a mamata do derrame de dinheiro acaba. Mas infelizmente é dinheiro do contribuinte que poderia está sendo destinado para benefício da população.

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  3. Analise perfeita jornalista, só faltou nomear os bois ( EB,OA, AL, DT, DR, etc).

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