terça-feira, 30 de dezembro de 2014
A LAGARTA, O CASULO, A BORBOLETA E O MUNDO ADOLESCENTE!
Á Carlos Costa Filho, meu filho adolescente
Como se fosse uma lagarta, a criança nasce é indefesa e se arrasta pelo chão. Com o tempo, ganha seu berço para continuar vivendo protegida. Mais tarde, a lagarta como a criança deixam de se arrastar pelo chão, passam a viver em um casulo próprio, até ganhar asas e voar, conhecer o mundo, em forma de borboleta e a criança na forma de adolescente. Assim também é a vida da criança à adolescência.
Como se fosse a borboleta, o adolescente tem pressa para voar, conhecer o mundo e cuidar de sua própria vida, embora conectado a internet e ouvindo músicas em elevado volume, com fones enfiados nos ouvidos, como se isso não lhe fosse causar consequência e prejuízos auditivos na fase adulta. Assim, o adolescente vai vivendo, entre respostas atravessadas e agressões verbais, mas isso passará com o tempo porque nada melhor do que o tempo para lhe ensinar como é a vida real!
Com asas, o adolescente se sente livre pela primeira vez para enfrentar um mundo cruel, egoísta, desigual e confuso, se achando um inteligente que pensa que já sabe de tudo e ainda não sabendo de nada! Torna-se rebelde, confuso e confunde os pais com argumentos facilmente refutáveis. Ele não entende que o mundo é complexo, confuso e cheio de armadilhas até para adultos que já se acham experientes, quanto mais para um adolescente que ainda está começando a viver, voando como se fosse uma borboleta, que já foi um dia uma lagarta que se arrastava pelo chão! É preciso viver cada fase da vida e não atropelá-la!
Não se cria filhos para si próprio; mas, para viver em um mundo real, cruel, desumano, confuso e cheio de complexidades! A vida parece fácil e simples, mas não é. A vida é desumana demais e sempre se precisará de proteção, cuidados constantes e recobrados. Embora rebeldes, o adolescente é só uma pessoa confusa, cheia de hormônios que estão em ponto de explosão, brigando um com os outros em uma guerra interna que vai se acalmando à medida que se vai amadurecendo.
Na vida, aprende-se mais com os erros do que os acertos, mais com as críticas do que com os aplausos, mais com os limites impostos do que as liberdades excessivas. Nada em excesso é bom ou positivo, tanto para um lado quanto para o outro. A borboleta, como faz uma adolescente, quando deixa o casulo, nasce com asas e voa para o infinito de sua infinita imaginação, achando que já sabe tudo da vida e do mundo, mas não conhece nada: só o tempo será capaz de ensiná-lo completamente. Mas o adolescente tem pressa, é confuso, agride com palavras, atitudes e se impõe em desafios. As vezes, vence. Outras, é derrotado, rapidamente pelo uso da inteligência do adulto!
O adolescente, quando decide voar como se fosse uma borboleta, conhecer e viver em um mundo perigoso, precisa ser protegida, orientada para não sofrer amarguras em seu voo solo e não ser esmagado, como são as borboletas capturadas para virarem coleção, espetadas em uma agulha fina em um pano para exposição futura. O adolescente pode ter o mesmo fim e ser espetado pelas agulhas finas do vício do crack, sofrer discriminação por ter sido ajudado a deixar o casulo antes do tempo: cada coisa ao seu tempo! Cada tempo tem sua coisa própria e seu tempo próprio. Tudo que é apressado, sai com defeito. A pressa sempre foi e continuará sendo inimiga da perfeição. Só que o adolescente desconhece isso, desconhece limites, pouco lê, fica conectado na internet e no “CTRL C” e “CTRL V”, copiando e colando coisas sem interpretar ou entender nada, só ouvindo músicas...
O adolescente é uma borboleta confusa, cheia de si. Contudo, como o casulo de uma borboleta, é totalmente vazio de quase tudo por dentro, mas se sente confiante que o mundo que o espera lhe seja igual ao mundo protegido em que vivia com a família. O adolescente voa porque quer sua liberdade a qualquer custo, mas ainda precisa de proteção. Não aceita conselhos, diz que já sabe se defender sozinho. Só que o mundo real é cruel e muito desumano. Por mais que se aprenda como gozar a vida que pensa ser verdadeira, nunca aprenderá tudo sobre a vida real. Haverá sempre um algo a ser desvendado na próxima esquina, no próximo sinal, na parada logo à frente. Tudo é mistério. Todo adolescente terá desilusão com a primeira namorada, primeira paixão e primeira frustração e como superar tudo isso. Muitas vezes o adolescente perde uma de suas asas e cai ao chão, sendo pisoteada pelo primeiro sapato que caminha distraído pela rua e não olha para onde pisa: pode esmagar a borboleta caída. O sapato que caminha distraído e que esmagará o adolescente pode ser comparado ao moinho implacável do mundo, que o triturará sobrando só o bagaço do que fora um sonho passageiro de um adolescente que desejou ser feliz. O sonho se transformará em desilusão e uma mera ilusão de uma liberdade que foi passageira.
Logo o adolescente volta ao seio da família, menos que já tenha sido espetado para viver em exposição para algum traficante de crack!
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é,mas acho que a confusao,comerça,na familia.E familia é sempre primeiramente,pai e mae.Ate o adolecente,entender isso,sao varios,fatores,responsaveis.Parabens,Carlos,dos brotos,brotam os brotos.
ResponderExcluirMaria
Swiss
Crônica perfeita, amigão, como todas as que vc escreve!
ResponderExcluirBOA NOITE QUERIDO AMIGO UM FELIZ ABENÇOADO ANO NOVO UM FORTE ABRAÇO BEIJOS<<<<<<
ResponderExcluirFeliz e Próspero 2015.!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirAmei o texto . Tenho um filho na adolescência e o mesmo caiu como luva e bênção .
ResponderExcluirMuito obrigada por compartilhar ... Era o que eu estava precisando ler .
Feliz ano novo para vc , Yara e filhos . Que Deus os abençoe com saúde e prosperidade .
Prezado Carlos. Cada vicissitude que nos atinge, constitui-se como sendo uma tribulação de Deus.O problema que aflora reside no discernimento que nos adultos devemos ter: a- reagir demonstrando o direito do patrio poder? b- Ficar silente, sofrer internamente e armazenando mágoas que são prejudiciais à nossa saúde, ou, c-manter, insistir, reiterar, repetir tantas quantas vezes quantas necessárias na tentativa do diálogo? Lidar com adolescente é um desafio diário que os pais tem que saber administrar. Gera-se um filho, uma filha. Cabe então a nos ruminarmos, refletirmos sete vezes setenta tantas vezes quantas vezes necessarias. E devemos pensar nos vícios, bebidas, drogas e nas más companhias. Nos pais somos e teremos que ser sempre guardiões dos nossos filhas, filhas e as vezes até netos quando assumimos por circunstâncias da vida a manutenção e sua educação.vamos então agradecer a Deus os filhos vivos que temos e orar no sentido de que tenhamos a graça divina de não sepulta-lós nenhum deles. Que seja cumprida a ordem natural da vida, os filhos sepultando os seus pais quando ELE nos chamar, mas nunca o inverso. Abraco amigo.
ResponderExcluirExcelente crônica, Carlos! Eu tenho filhos e aprendo muito com eles. Eu tento passar os valores e avisar das ciladas da vida. Estamos todos aprendendo uns com os outros. E que Deus nos oriente a cada passo.
ResponderExcluirAbraços! Sonia Salim
Veja recado meu na sua linha do tempo, Carlos, bjs de poesia, <3
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