(direito dos índios deve ser respeitado)
O infanticídio nas aldeias indígenas não fizeram de Caracaraí, em Roraima, o município campão de mortalidade infantil no Brasil, não porque não respeitaram na pesquisa, a tradição, cultura e crença dos índios. Eles precisam ser respeitados e receber uma melhor estrutura de saúde para as tribos. É apenas isso que os índios precisam, em fez de um projeto de Lei para reduzir os infanticídios nas aldeias, um ato de amor para os índios e não como os “homens brancos”, observam o problema. Se tivessem melhor estrutura de saúde, o infanticídio reduziria sensivelmente!
Aparentemente sinônimos e iguais, as palavras “tradição”, “cultura” e “crença”, não se confundem e ganham conotações e contornos diferentes entre os índios. Cada tribo age e acredita em coisas que lhe passam seus antepassados, em forma de doutrinas, lendas e costumes durante um longo tempo. A cultura tem a ver com a maneira de cultivar as plantas e a crença é a ação de crer em uma verdade ou na possibilidade de alguma coisa. Na década de 80, ainda jornalista, estive em uma tribo indígena que tinha por tradição isolar a menina em época da primeira menarca, considerado um mal espírito para a tribo, um castigo divino, e o pai tinha que isolar e menina e chicoteá-la até que o mal espírito deixasse o corpo dela. No final, o pai tinha que retirar o resto do “mal espírito” de seu corpo, ou seja, ter relações sexuais com a filha e depois entregá-la ao vencedor da disputa que se travava no terreiro da tribo pela mão da moça enclausurada, totalmente limpa do mal espírito que não permitia boas colheitas, caças que não eram feitas e pesca que não ocorria.O marido vencedor da disputa, a desposaria. Ele teria uma quantidade de luas para não permitir que o mal espírito se apossasse do corpo da adolescente, porque viria sobre a tribo. Caso isso ocorresse, o marido seria banido da tribo e o segundo vencedor da disputa teria que desposá-la. Não entendi o que acontecia, mas respeitei, fazendo só as perguntas necessárias para avaliar e escrever sobre àquela estranha e bizarra tradição. O tempo e a memória me fizeram esquecer o nome da tribo onde presenciei e fui testemunha desse ritual, mas sei que ficava em uma tribo indígena na fronteira entre o Peru e o Amazona.
E porquê estou escrevendo sobre esse tema?
Porque cultura, tradição e crença precisam ser respeitados com relação aos índios e todos os outros povos. Não condeno e nem defendo infanticídio em nenhuma aldeia, mas aceito como parte da cultura dos povos da floresta porque o que lhes falta é uma melhor atenção à saúde e respeito. No caso da sociologia, a tradição indígena significa um conjunto de estruturas sociais e religiosas das manifestações intelectuais e artísticas que caracterizam uma sociedade. No caso da política, os índios que cometem infanticídio são considerados bárbaros. eles devem ser entendidos como ato de amor. No contraste extremo do direito à vida, fico com a tradição e a cultura indígena e que se dane o que os políticos pensam, acham ou entendam de matar crianças recém nascidas por causa de alguma deficiência física. A Constituição assegura aos grupos indígenas o direito à prática do infanticídio, desde que nasçam com algum problema grave de saúde, que poderiam ser resolvidos com equipamentos como cadeira de rodas, principalmente.
O município de Caracaraí, com 19 mil habitantes, não seria o município mais violento do Brasil, no Mapa da Violência do Ministério da Saúde, se respeitassem a cultura, a crença e a tradição dos índios. Segundo os dados, uma em um ano 42 pessoas foram assassinadas. Só que os 37 índios recém-nascidos o foram pelas próprias mães como ato de amor e não deveriam entrar nessa estatística. Em vez de a Câmara Federal aprovar projeto de Lei para acabar com o infanticídio nas aldeias, deveria elaborar um projeto para melhorar o atendimento médico para atender os 25 mil índios em 300 aldeias no município roraimense e no resto do Brasil. Cada aldeia de Caracaraí tem uma crença que leva a mãe a matar o bebê recém-nascido. O pesquisador Júlio Jacobo, da Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais, deveria ter proposto atendimento médico aos índios, dentro de sua pesquisa para realizar o Mapa da Violência. Pesquisador tem que realizar com estranhamento seu trabalho, analisando todas as variáveis e propondo soluções para o problema. Nunca dizer que Caracaraí é o município mais violento do Brasil, porque não espelha totalmente a verdade!
Em vez de o deputado federal Henrique Afonso, do PV do Acre, ter apresentado projeto de lei para erradicar o infanticídio no Brasil, interferindo na cultua, tradição e crença dos povos indígenas, deveria apresentar projeto de Lei para melhorar a saúde indígena nas aldeias, dando-lhe prioridade absoluta frente outras demandas sociais. Faria história e não precisaria acabar com o infanticídio através de lei, porque isso ocorreria naturalmente. Mas, os índios estão abandonados nas ideias, com sua cultura dilapidada, servindo de mão de obra barata por exploradores de ouro, madeira e outros produtos da floresta em suas aldeias. O que falta para os índios é mais saúde e menos politicagem!
Carlos,meus Parabens!mesmo do fundo do meu corAçao,essa cronica.Emquanto nossa cultura ser nulo,zero,nao temos progresso,como esta escrito em nossa bandeira,Nossos,idiomas,costumes nunca foram respeitados,somos poligrotas,culturais,evoluidos na natureza,mas nunca fomos respeitados,no fundo a presao no nosso pais ainda,nao passou,quem é quem,somos somente uma cultura,que nunca teve direito de falar seu propio,idioma e aprender coisas que jamais,iriamos aprender na escola,pque nada foi documentado,Nos somos igual aquele filme,UM estranho no ninho
ResponderExcluirTema muito bom e a explanação no pouco que foi apresentado tem relevo e concisão, obra científica que agrega.
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