sexta-feira, 8 de abril de 2011

CRAK, PRAGA NACIONAL OU FALTA DE POLÍTICA PÚBLICA?


                 Combate aos drogados na conhecida cracolândia, em SP, foi mais uma pirotecnia montada para ser mostrada na televisão, mas inútil e desnecessária na prática, porque os outros aparelhos de Estado não se envolveram.  Está certo que prenderam alguns gatos pingados; que a Polícia fez o papel dela que é prender. Acontece que isso é um caso de Saúde Pública e não de Polícia!
                 Mas enquanto o Estado brasileiro não criar uma política pública de enfrentamento a esse mal que vai de Norte a Sul do Brasil, de nada adiantará. Prende um hoje, solta  e amanhã voltam mais dez a ocupar as ruas. Isso é uma constante: a polícia não pode prender menor; mas somente apreender. O juiz solta e ele volta para a rua, para o crak de novo! É um círculo vicioso.
                Não estou afirmando que investigações são inúteis, estou garantindo que esse é um problema social e estrutural que deve ser enfrentado em todo o Brasil com a criação, implantação e funcionamento de clínicas de reabilitação para viciados de qualquer natureza, principalmente o crak. Hoje, infelizmente, só as Igrejas enfrentam o problema. O Governo Federal parece que está cego e não consegue ver esse mal  tão grave para os nossos jovens.
                A maioria dos usuários prefere  fumar crak; uma minoria prefere injetá-las no corpo. É mais fácil fumar do que injetar. O usuário aspira esse vapor para dentro de seus pulmões. A partir daí, a droga é levada à corrente sanguínea; quando chega no corpo, o crak age em uma parte do cérebro chamada “área tegmental ventral”, ou VTA.
                Portanto, é uma epidemia nacional que precisa ser enfrentadas com políticas públicas sérias e responsáveis e não com demagogias e promessas; muito menos cenas pirotécnicas em televisões.
                Essa droga interfere com um neurotransmissor químico chamado dopamina, que está envolvido nas respostas do corpo ao prazer. A dopamina, segundo os especialistas, é liberada por células do sistema nervoso durante atividades prazerosas, como comer ou fazer sexo. De acordo com estudos já comprovados cientificamente, a dopamina viaja através das lacunas existentes entre as células nervosas, fazendo uma sinapse e se liga a um receptor em célula nervosa vizinha, ou neurônio. Isso envia um sinal à celula nervosa vizinha, ou neurônio, produzindo um sentimento de bem estar.
                O crak interrompe esse ciclo e se liga ao transportador de dopamina, impedindo o processo normal de reabsorção. Depois de liberada a sinapse, a dopamina continua estimulando o receptor, criando um sentimento permanente de empolgação ou euforia no usuário.
                Com o crak inalado na forma de fumaça, sua viagem chega ao cérebro muito mais rápido do que a cocaína em pó, segundo os especialistas do assunto, e leva um tempo de 10 a 15 segundos para produzir efeito, enquanto a cocaína em pó inalada leva de 10 a 15 minutos para surtir o mesmo efeito.
                 É por isso que, como Assistente Social e Jornalista, afirmo que o crak é um problema de saúde pública no Brasil e no Mundo, mas no Brasil é preciso de uma política pública séria, com instalações de clínicas especializadas em todos os Estados para o seu enfrentamento. Junto com as clínicas, combater os traficantes!  Não é possível só fazer pirotecnia para televisões e ficar por isso mesmo! Atrás têm que vir os outros serviços públicos. O efeito do crak dura de 5 a 15 minutos e o efeito na mídia não dura mais de 30 segundos na divulgação de um fato, pois como Jornalista, sei o que estou afirmando!



Um comentário:

  1. Virou uma praga nacional por falta de ..BOA.. política pública.

    ResponderExcluir