Mais do que indignação e revolta contra os médicos que “recebiam” por plantões não realizados em hospitais públicos em Sorocaba, prejudicando a população da cidade, o que já se tornou uma rotina em hospitais de quase todo o Brasil – felizmente a Polícia já está apurando o caso - mais o que não deixa de ser uma coisa gravíssima - causou-me mais revolta, ainda, assistir ao desespero de uma mãe cabeleireira mineira que não sabia mais o que fazer para continuar tratando seu filho dependente químico desde os nove anos.
Sem dinheiro e sem marido para custear as despesas clínicas, buscou uma conciliação com a Unimed de Minas Gerais para continuar o tratamento de seu filho. O advogado da Unimed MG, cumprindo o seu legítimo papel, tirou apenas os juros da dívida principal e apresentou uma proposta e não arredou o pé, até que cedeu um pouco e aceitou receber a dívida em 15 vezes.
A cabeleireira Rosalina Arantes chegou ao ponto de se humilhar em um pedido de conciliação e até chorar publicamente.
Dona Rosalina Arantes, saiba que o Brasil inteiro chorou com a senhora também porque os Governos Federal, Estaduais e Municipais não têm interesse em investir em tratamento para cuidar da dependência química porque não lhes rende votos em eleições.
Dona Rosalina Arantes, a senhora, numa mistura de desespero de mãe e boa pagadora, confirmado pelo representante da clínica apelou: “o que eu quero é uma maneira de pagar e que haja uma maneira de tratar meu filho. Eu sei que não vou ter meu filho por muito tempo”. Há 15 anos o filho da cabeleireira Rosalina vive o drama da dependência de drogas.
Começou aos 13 anos experimentando maconha; aos 19 fumou o crack e, hoje, aos 28 anos, perdeu o emprego e chegou até a roubar para sustentar seu vício. Seus irmãos dormem trancados em um quarto para não serem roubados.
Nada disso, dona Rosalina, teria sido necessário a senhora passar se os Governos, em todas as suas esferas, investissem na área do tratamento de dependentes químicos, mas não o fazem porque isso não é prioridade.
Tudo isso foi mostrado no Fantástico. Sabe por que a senhora teve que se humilhar publicamente, em rede nacional de TV, dona Rosalina? Por pura falta de políticas públicas para tratar de dependentes químicos – cocaína, maconha, oxi, álcool e outras coisas decorrentes ou em conseqüência pelo que o consumo de droga acarreta.
O Fantástico só confirmou o que venho escrevendo aqui há muito tempo: Os governos não têm interesse em implantar política pública gratuita para tratar todos os dependentes químicos, cujas famílias gastem tudo o que têm e o que não têm, para pagar tratamentos em clínicas particulares. Isso é um descaso total, um absurdo, um tapa na cara dos políticos, um direto no queixo dos governantes que não se preocupam com esse grave problema social!
A Constituição assegura saúde em todos os graus e formas e não há nada que diga que dependentes químicos não podem e nem devem ser tratados em clínicas públicas. Só que os Governos Federal, Estadual e Municipal não investem nessas clínicas porque isso não resulta em votos.
E, se não resulta em votos, não há qualquer interesse e nem investimentos nessas áreas a fim de possibilitar a criação, implantar e desenvolver políticas públicas para tratamentos das vítimas desses males. As crianças começam a experimentar drogas por influência, por pura curiosidade dos que já as usaram. Esse processo se inicia na maioria das ou vezes quando as crianças ainda estão em processo de formação e não têm a exata noção dos perigos que correrão a partir da primeira tragada. Começam a usá-la, inicialmente por curiosidade, depois por necessidade e, no fim, por puro vício mesmo!
E o pior é que não existem clínicas públicas especializadas em tratamentos da dependência química. Só existem clínicas particulares! Por quê?
A troca de votos pelo analfabetismo do povo, pelo desconhecimento de seus direitos garantidos na Constituição da República, como venho seguidamente afirmando, deixa-me revoltado com “esse faz de conta”, “essas roubalheiras públicas descaradas sem punição e, quando as há, os recursos contra as sentenças são intermináveis”, “contra os desvios na ponta, pelos prefeitos, dos recursos públicos destinados às políticas públicas de saúde, segurança, educação e outros setores”. Dos médicos que tiveram decretadas suas prisões preventivas em Sorocaba, várias já estão soltos e um deles conseguiu um “hebeas corpus” para não ser preso! Lamentável, mas legítimo! Infelizmente...
Estou simplesmente desolado e só me resta prestar solidariedade à mãe que perdeu seu plano de saúde, estava devendo à clínica e não sabia como resolver o problema dela. A sorte é que ela conseguiu com o que a clínica perdoasse toda a dívida e ainda lhe ofereceu seis meses de tratamento médico de graça.
Como Assistente Social repito: nada disso deveria ter ocorrido se o Estado brasileiro investisse mais em políticas e menos em demagogia, em obras faraônicas, em coisas inúteis e desnecessárias. Política de saúde com a construção de clínicas para tratamento da saúde como um todo, é que é primordial, mas não acredito que o Estado cumprirá essa obrigação constitucional. Mas para cobrar os impostos e gastá-los irresponsavelmente, o Governo não tem dó nem piedade.
Sei exatamente o que é isso, tenho passado por isso e muito mais! É uma maldade sem tamanho.
ResponderExcluirSomos tratados como lixo.Pissoteados,humilhados,rasgados por dentro e por fora.É como se não tivessemos mais direito a viver.É uma luta eterna, o amor à um filho é incondicional.Não há respeito á nada.É uma doença gravissíma sem cura.É uma realidade cheia de crueldade e maldades.Onde há um momento onde nós mães nos sentimos fracas,já não desprovitas de tds os tipos de forças.Hoje devido ao envolvimento do meu filho com as drogas,estamos para perder nossa casa.Devido a eterna maldade de sindicos,advogados.Tentamos compor um acordo que pudesemos cumprir, mas nada...nada foi aceito.Ainda tive que escutar, que nem sindicos,nem conselheiros,nimguem nos queria no condominio. Isso é muito triste.Se tiver uma luz me envie por favor. Forte abraço.
"DEUS" nos ampare sempre e a tds os envolvidos.