Se ainda há roubo de cargas é porque há quem compre. Fica difícil entender o porquê de até hoje não ter sido aprovada e colocada em prática a proposta da Confederação Nacional do Transporte –CNT e Confederação Nacional dos Transportadores de Cargas – CNTC, determinando que, caso houvesse fiscalização em qualquer loja e fosse encontrado um produto “sem origem”, tudo, todo o lote seria confiscado e caberia ao lojista provar que o produto fora adquirido de forma legal e não fruto de roubo em caminhões
Essa proposta, como tantas outras boas propostas apresentadas por entidades de classes, sequer chegam a despertar interesse nos deputados, embora seja a única solução para inibir, diminuir e até acabar com o roubo de cargas. Algum deputado poderia, ao menos, apresentá-la em forma de Projeto de Lei, mesmo que venha a ser derrotada em votação ou ser recusada por algumas das infindáveis comissões, por força de lobistas que atuam junto a essas comissões. Mas nada acontece e os roubos de cargas continuam acontecendo e aumentando. Alguém compra essa mercadoria desviada por verdadeiras quadrilhas organizadas e bem armadas.
Caso a loja fiscalizada não conseguisse provar a origem da compra, todo o lote de mercadoria apreendida continuaria apreendido e depois seria leiloada ou doada para entidades beneficentes.
No primeiro trimestre, mais de mil roubos de cargas foram registrados sempre nas proximidades de São Paulo, em suas marginais. Onde estão esses produtos mais preferidos, como os eletrônicos, cigarros e medicamentos? Com certeza, em lojas! É como afirmei no início de minha crônica: se não houvesse comprador; dificilmente haveria roubos de cargas.
Não sei o que aconteceu com a proposta da CNT/CNTC para diminuir e acabar com os roubos de cargas. Só sei que todo um trabalho de anos de reuniões, debates e sugestões até a apresentação da proposta final simplesmente não recebeu a atenção de políticos nem da Câmara e nem do Senado e morreu no nascedouro!
Mesmo que não tenha dado em nada, algum político sério poderia retomá-lo e reapresentá-lo, observando primeiramente sua constitucionalidade, para depois ser votado. Mas o que não pode acontecer é as empresas transportadoras ficarem gastando dinheiro com escoltas armadas, fiscalizações eletrônicas de suas frotas, travamento de caminhões roubados eletronicamente à distância, pagar satélites para acompanhamento de suas frotas, enfim, porque todo esse custo, ao final, será repassado ao comprador final e será mais um “custo Brasil”
Isso sem falar nas péssimas condições das estradas brasileiras, mostradas através de pesquisas da própria CNT. É lamentável!
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