terça-feira, 11 de agosto de 2015

HISTÓRIA DO FECANI DEVE CONTINUAR!



(Manolo Olímpio e Bruno Azedo)

O Festival da Canção de Itacoatiara – Fecani, não pode e não deve morrer, depois de 30 anos! 

Lembro-me bem como tudo começou e a crise que atingiu financeiramente o Brasil e o Amazonas, não pode e não deve servir de desculpas para o Governo do Estado não investir no Fecani porque não falta verba para o Festival Folclórico de Parintins. A Secretaria de Estado da Cultura, que tanto se empenha para conseguir patrocínios para o Festival de Parintins, não tem o mesmo empenho para a realização do Festival da Canção de Itacoatiara. 

Usava calça jeans, óculos estilo Jonh Lennon, cabelos encaracolados e barba preta quase alcançando o meio de meu peito, trabalhando no Jornal A Notícia, em Manaus, aos 22 anos! Atendia aos chamados de Manolo Olímpio ou de Bruno Azedo, que trabalhavam no setor cultural, com o artista plástico Jair Jackmont. Eles me falavam e me pediam opinião sobre a ideia de criar um Festival da Canção no Município de Itacoatiara. Queriam transformar Itacoatiara em uma referência musical, como o Município de Parintins se transformou em sinônimo de turismo cultural dos bois bumbas Garantido e Caprichoso! E conseguiram, mas tudo pode morrer!

Embarquei no sonho de Manolo Olímpio e Bruno Azedo, talvez porque como eu, também usavam tênis e calças jeans, camisas de meia e eram simples. Fundaram a Associação dos Itacoatiarenses Residentes em Manaus (AIRMA) e no ano de 1994, com muitas dificuldades e falta de patrocinadores, promoveram o 1º Festival da Canção de Itacoatiara. Em 2014, o Fecani completou sua 30º Edição, mas tudo começou com o sonho de dois jovens idealistas que sonharam com o povo de Itacoatiara e conseguiram realizar o primeiro Festival da Canção de Itacoatiara, há 29 anos passados. 

E pode morrer também, por falta de patrocínio e, principalmente; de interesse do Estado! Com umcusto estimado em um milhão e quinhentos mil reais, hoje, há 40 dias o Governo do Estado repassaria esse valor e não aconteceu. Em cima da hora, anunciou que Secretaria de Estado da Cultura repassaria só 500 mil reais, apenas. A Prefeitura Municipal de Itacoatiara, segundo seus organizados, não investe nada e tudo pode morrer agora! Manolo Olímpio e Bruno Azedo agregaram ao festival, outros eventos culturais e fizeram isso. 

No III Fecani, fui jurado em um evento de poesias e conheci um jovem poeta excepcional, Francisco Calheiros, todo vestido de branco, declamando um poema em um tablado de madeira. Estava muito nervoso o poeta que surpreendeu a mim e ao poeta consagrado Jorge Tufic, que também compunha a mesa de jurados. Desejavam criar um Centro Cultural Marina Benalber e conseguiram. Em 2013, realizaram o 29º Concurso de Beleza na tenda cultural “Terezinha de Jesus dos Santos Castro”. Mas nada do que conseguiram fazer, parece que tenha merecio atenção do setor cultural do Estado. Esses dois jovens determinados tiveram só a ideia de criar a Associação para realizar o Festival: tudo começou com uma ideia na cabeça e uma realização no coração e pode morrer também, por falta de patrocínios e de interesse!


7 comentários:

  1. Realmente estamos nossas raizes, histórias que precisam ser apresentadas aos jovens

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  2. Monica C. Mendonca Furtado11 de agosto de 2015 às 18:06

    Conheço a história dos itacoatiarenses..

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  3. Brilhante como sempre!!

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  4. A falta de patrocínio e interesse, estão deixando de lado a cultura. De uns 5 anos pra cá foi que alguns grupos, fora da política, voltaram a incentivar, Bela crônica! Beijos

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  5. Que bom ler você, Jornalista Carlos Costa

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  6. Bom dia Carlos. Bela cronica para incentivar a cultura em nosso país. O país que não investe em educação e cultura, está fadado ao fracasso. Um abraço.

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