Como enquanto empresário era arrojado
em tudo o que se propunha fazer. Contudo era muito divertido quando viajava,
com amigos ou sozinho. Fiz algumas viagens com ele e posso atestar que o
proprietário do Grupo TV LAR, assumia outra postura avessa a sua sisudez empresarial.
Diziam que quando viajava à Portugal, sua terra que nunca esqueceu, era só para
zerar seu “QI”, recarregar as pilhas e voltar a Manaus com mais sede de
tocar seus negócios. Se era verdade ou não o que diziam, não sei. Nunca o
acompanhei em suas viagens à Portugal. Mas quando viajava José dos Santos Azevedo,
posso garantir que uma pessoa superdivertida. Era duas pessoas em uma só!
Em 1892, viajando de Manaus à capital
potiguar para participar de um Congresso de Lojistas, ele estava tomando whisky,
na parte dos fundos de um moderníssimo Transbrasil, cujos aviões
viraram sucatas nos Aeroportos do Brasil, junto com outras aeronaves da Varig,
Vasp e Cruzeiro do Sul. No momento, serviam o jantar. Contudo o moderno
avião pegou um vácuo e desceu uns 400 metros de uma vez e estabilizou em
seguida. Azevedo, que estava em pé e sem sinto de segurança. Ele bateu no a
cabeça no teto e a cortou. Pediram curativo para estancarem o sangue e viagem
prosseguiu, sem mais incidentes. Era a primeira vez que viajava a Natal e me apaixonei
pela cidade e tomei a decisão de residir na capital dos índios potiguar.
O dono da joalharia Ouro & Ora, Novelino Meneguine,(in memoriam) que existia em Manaus despachou dois vídeos
cassetes além da cota permitida como bagagem de mão com outros empresários que
nada levavam. O Congresso inauguraria, o Centro de Convenções de Natal, na orla
do costeira. Azevedo era o presidente do CDL/Manaus. Chegando do dono da Ouro & Ora, os deixou no Hotel, mas
em seguida teve que os deixa por falta de vaga, mas o empresário e dono de
uma loja na Avenida Eduardo Ribeiro, havia "escondido". O dono da Joalheria Ouro & Ora, teve que
se hospedar no Motel Taity e o Azevedo foi deixa-lo, com outro empresário. Ao
chegar, o outro empresário se levantou do banco de trás e disse que só dormia
no motel se tivesse “coxão d’água”, para a gargalhada do Azevedo. Ele, como
presidente do CDL/Manaus, tinha feito reserva no Hotel, mas na hora da chegada
do voo de madrugada, a vaga não existia mais. Fomos recebidos em Natal com outdoors
engraçados do Motel Taity, junto com faixas “Bem-Vindo à Terra que Nunca
Chove” com a foto do potiguar Gilliard. Ele foi o cantor de maior
sucesso Nacional com Álbum “Aquela Nuvem”, lançado em 1979, mas
que ainda fazia sucesso em 82. Durante a ida ao Centro de Convenções, das
propagandas que li lembro-me de uma do Motel: "Filho, peça ao seu pai para
levar sua mãe ao Motel". Todos usando paletó e gravata entramos
juntos ao lado do baixo José Azevedo e demos um susto no gerente da Lobras
potiguar. Dissemos ao gerente que tínhamos ido visitar a Loja e que
éramos os seguranças de um dos donos da Lobras. O gerente que tinha ficado de
concluir uma mudança da lanchonete do segundo para o primeiro andar bateu palma
e anunciou pelo microfone “Vocês acabaram de receber a visita de um
dos donos da Lobras quer veio ver se a mudança já tinha sido concluída”. E
pediu pressa a todos e disse que ficaria tudo pronto à tarde. Dissemos que voltaríamos,
mas, extenuados do Encontro de Empresários, voltamos para o hotel pelo outro
lado da rua, aos risos.
Em outro momento, em viagem à Manacapuru,
em sua Belina Marrom, Azevedo ficou hospedado em seu apartamento no alto
de sua loja e visitou uma pessoa que tinha financiamento que o extinto BEA
-Banco do Estado do Amazonas para comprar gado e comprou tartaruga. Sei agora
que foi à Fazenda do empresário D"Angelo (hoje dono do Paraiso D'Angelo).
Como não se encontrava, deixou um "recado abusado”: "diga
ao seu patrão, que um fiscal do BEA esteve aqui para fiscalizar a aplicação do
financiamento". Azevedo na época pertencia ao Conselho de
Administração do BEA e sabia sobre
todos os financiamentos feitos pelo Banco e para que se destinavam. Como
comecei escrevendo nessa crônica, José dos Santos Azevedo era duas
pessoas em uma só: como empresário era durão, competente e educado. Quando viajava
sozinho ou acompanhado de amigos, era muito divertido, talvez porque estivesse
longe das atribulações do dia-a-dia empresarial de quem começou consertando e
vendedor de rádios e criou um império econômico, era muito divertido e divertia
aos seus amigos.
Azevedo faleceu em SP, enfisema
pulmonar, aos 84 anos. Ele fora do mundo seu mundo empresarial era totalmente
diferente e muito divertido!
Lindo texto, parabéns!
ResponderExcluirParabens, ecelemte cronica do Azevedo que ninguem conhecia!
ResponderExcluirFoi um homem admirável
ResponderExcluirMuito boa sua cronica com estas divertidas memorias....
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