Na década de 70, quando iniciava meus estudos no antigo curso
primário, quando um professor em sala de aula ou alguém dizia que o Brasil
tinha sido descoberto no dia 22 de abril de 1500, ficava intrigado e me
questionava: “Como o Brasil foi descoberto se aqui já moravam índios?. Acho que
o Brasil foi invadido!”. E concluía para mim mesmo: “só se descobre aquilo que
está coberto; o Brasil foi invadido, tomado, ocupado na marra pelos invasores!”.
Mais tarde, vim ter a certeza do que dizia na infância!
Com isso, elaborei minha própria teoria infantil para o
descobrimento do Brasil: os homens de Pedro Álvares Cabral que navegavam nas
caravelas, por não terem local apropriado para depositar suas necessidades
fisiológicas, começaram a fazê-las em latas e depois estas foram arremessadas
ao mar. Cabral só teria seguido as correntes marinhas recolhendo-as e teria descoberto
o Brasil. Eu fiquei satisfeito com minha teoria, mais tarde confirmada pelo
livro de Caio Prado Júnior, “Pela Cruz e pela Espada”!
Mas por que estou escrevendo sobre esse assunto? Porque nos
Estados Unidos, o presidente Barack Obama vai anunciar quem é o melhor
professor dos Estados Unidos e o resultado poderá recair sobre um brasileiro
Alexandre Lopes, que ensina a alunos muito mais do que só ler e escrever e
descobriu que nos EUA ele é valorizado pela sua criatividade e, por isso,
poderá descobrir também que ganhará o prêmio máximo pela sua dedicação pessoal.
“Eu quero dar aos meus alunos tudo aquilo que eles necessitam ou
possam vir a necessitar para serem bem sucedidos na sociedade. Mas por que não
também mudar um pouquinho a sociedade para fazer com que eles sejam mais bem
aceitos?”, diz o professor Alexandre Lopes, para orgulho de todos os seus
colegas do Brasil. O que tem a ver uma coisa com a outra: Alexandre Lopes
procurou e encontrou um país onde ele foi valorizado, ou seja, descobriu os
Estados Unidos! Não da forma que formulei minha teoria para a descoberta do Brasil,
mas uma perfeita, que causa orgulho aos professores comprometidos com a verdadeira
educação no Brasil e no mundo.
O professor Alexandre Lopes trabalha com crianças com autismo,
minorias raciais, minorias éticas, conseguindo que todas elas se tornassem parte
de uma comunidade sem medo, o que o transformou em um mestre especial, uma
referência na Educação em um país que não é o seu, ensinando crianças carentes
no maternal, mas poderia ser no ensino fundamental ou médio. Alexandre Lopes só
faz o que todos os professores também deveriam fazer: utiliza música na
integração social de seus alunos porque o futuro doutor em pedagogia garante
que “começando com os alunos desde pequenos – quando ainda não existe
preconceito – eles se sentem abertos a tudo”. Eis um excelente exemplo a ser
seguido pelos professores comprometidos verdadeiramente com a educação.
Alexandre mora a oito anos em Carol City, uma cidade de 60 mil
habitantes, na Flórida, mas em um canto de sua sala, o professor reúne suas
duas grandes paixões: a música e os sete troféus que ganhou como professor! E
imaginar que tudo começou depois do dos atentados sofrido nos Estados Unidos,
do dia 11 de setembro, iniciando como conselheiro acadêmico e se apaixonado
pela profissão. Depois, fez mestrado em Educação Especial e ganhou uma bolsa em
educação especial na Universidade de Miami e agora pode ser o professor do
Mundo.
Alexandre Lopes, parabéns, companheiro professor!
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