“Política no Amazonas está parada no tempo”, diz a manchete de um dos principais jornais que circulam em Manaus. Diante da triste constatação, pude compreender que os atrasos político e administratativo do Estado são os responsáveis pelos péssimos serviços prestados à população. O Estado inchou, é verdade, mas a qualidade de seus serviços públicos, pararam no tempo.
Todos os atuais políticos são remanescentes do grupo criado em 1982 por Gilberto Mestrinho, quando disputou e venceu ao Governo do Estado contra o candidato apoiado pelo Governo, Josué Filho. Mudaram de partidos, quase todos eles; mas continuam os mesmos políticos! Só Josué Filho, foi nomeado politicamente para conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
Na realidade, é a constatação da “maldição da rodela”, tão bem definidida pelo ex-senador Evandro Carreira, depois que Gilberto Mestrinho anunciara que ele e seu grupo político governaria o Amazonas por 20 anos. Já ultrapassou o tempo, os políticos envelheceram, mas continuam os mesmos. A “maldição da rodela” enraizou, se perpetuou e nunca gerou novos frutos políticos confiáveis como ocorreu em passado histórico bem recente e de imensa saudade.
Devido a isso, a cidade cresceu, explodiu e pouca coisa funciona de forma satisfatória. Como exemplo cito: sábado à noite, dia 26, telefonei inúmeras vezes a partir das 17 horas, para o órgão municipal de meio ambiente, número 08000922000, denunciando um som altíssimo vindo da “Oficina do Carlito”, “Ferro Velho do Carlito”, ou “Sucatão do Carlito” ou “Laércio Guincho” mas, quando atendiam, e se atendiam, informavam que já tinham recebido outras denúncias, e as repassado aos fiscais e restaria a todos os denunciantes aguardar.
Como não aparecia ninguém do órgão de meio ambiente para resolver o problema, solicitei a dois porteiros de nosso prédio que fossem até ao local e solicitassem a redução do volume do som. Reduziram mas, todos bêbados e participando de uma festa, voltaram a aumentá-lo de novo. Novamente telefonei inutilmente mais cinco vezes para o 08000922000. Só que dessa vez ninguém mais atendia.
Desci e me dirigi, com um dos porteiros de meu prédio, até ao local de onde vinha o som, momento em que fui agredido com um tapa no rosto por um dos bêbados da festa. Diante disso, telefonei várias vezes para o 190 da Emergência (Polícia Militar) e ouvia sempre a mesma gravação: “No momento, todos nossos atendentes estão ocupados. Aguarde”. E a musiquinha chata para quem estava com uma emergência tocava, a ligação sempre caia e não era transferida para qualquer pessoa!
Acionei um amigo, coronel PM da reserva. Ele conseguiu contato direto com a central da PM. Uma pessoa fez contato comigo e me avisou”esteja na portaria de seu prédio quando a viatura chegar”. Desci pelo elevador, ainda ouvindo o trepidar do barulho da música. Esperei a viatura por mais de 40 minutos e, quando já estava desistindo, apareceu a viatura com dois policiais dentro. Ao se dirigirem ao local, o som estava elevadíssimo ainda. Pediram para baixá-lo e, diante da polícia, baixaram. O órgão de meio ambiente, porém, só apareceu no local às 20:30 hs, ou seja, para atender a uma denúncia registrada pouco mais das 17 horas, quando não havia mais som, porque os policiais da PM pediram e conseguiram reduzir o barulho.
O Jornal “A Crítica” de hoje, 27.11.2011 tem razão! O Amazonas parou no tempo mesmo, literalmente! Se o telefone 190 de Emergência já é assim, imaginem os outros que não são de “emergência”, como é que devem estar?
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