quarta-feira, 9 de novembro de 2011

CARTA AO MINISTRO DO TRABALHO



Para se demitir um ministro de qualquer das pastas do Governo são necessários apenas uma caneta, um decreto de exoneração e a vontade da presidente da República, Dilma Rousseff, em querer demitir Carlos Luppi, e não de “bala de grosso calibre”, como pediu o Ministro do Trabalho.

Lembra quando o senhor, hoje Ministro do Trabalho, veio à Manaus como jornalista lançar  seu excelente livro   “Manoel Fiel Filho – quem vai pagar por este crime?” no final dos anos 80? O senhor – como quase todos daquela época, era ainda bem magro, usava cabelos longos e era jorrnalista! 

Eu  era um jornalista em início de carreira que trabalhava em um jornal de oposição, censurado pelo Governo Militar,  dentre as várias outras pessoas que se encontrava na Livraria Nacional e tive a portunidade de receber de suas mãos um livro autografado com uma caneta preta. Com muito orgulho mostro ainda para quem quiser lê-lo. Como o considero uma preciosidade, não o empresto. A pessoa tem que lê-lo aqui mesmo, onde moro!

Eu também era como o senhor: magro, barbado e usava cabelos longos e óculos redondos! Hoje, estou careca, sem dois lados de meu crânio, vivendo à base de remédios, mas isso não lhe interessa saber o porquê!

Naquela época, o senhor, após seguidas reportagens publicadas no jornal “Folha de SP”, conseguiu provar que a versão oficial do II Exército de que o operário cometera suicídio era falsa. Vossa Exelência conseguiu provar, também que Manoel Fiel Filho havia sido detido, interrogado e morto por engano. Eu, seguindo seu tino jornalístico, consegui retirar da prisão algumas pessoas condenadas por crimes porque eram inocentes!

Também como o senhor, comecei a escrever poesias aos 13 e publicá-las e sabia que seria Jornalista. Como o senhor exerci o jornalismo, cursei Serviço Social, e passei a ser professor universitário. O senhor fez administração, largando o Jornalismo também.

Fiquei fascinado com o livro escrito pelo senhor que hoje, cheio de bravatas, pede bala de grosso calibre para tirá-lo do cargo, porque o senhor só sai morto! Por que tanta inútil bravata, ministro? Para que isso, ministro?

Também, em meu Estado, exerci cargos desde meus 19 anos, fui editor geral de jornais, a partir de meus 26 anos, presidente da Comissão de Trabalho, Emprego e Renda e, por dois mandatos intercalados, exerci nomeações públicas para compor à Jari da Polícia Rodoviária Federal, DNIT e EMTU, por cujo trabalho realizado sinto muito orgulho!

Mas o objetivo de minha carta ao senhor Ministro, e só para lembrá-lo que o cargo não lhe pertence, ou ao PDT, ou à Presidência da República.  O cargo pertence a nós, brasileiros, que votamos em Dilma Rousseff e lhe demos carta branca para nomear seus ministros.

Sei que conheceu o  presidente eterno do PDT, Leonel Brizola, quando este, ao chegar do exílio ao Brasil, hospedou-se num hotel em frente aonde o hoje Senhor Ministro mantinha sua banca de venda de jornais. Naquela oportunidade, Leonel Brizola saiu para comprar jornais que, certamente, noticiavam assuntos de seu retorno ao país. Eu já fiz muitas amizades assim também! Mas algumas não foram para sempre como a sua! Muitas foram só em função dos cargos e funções que eu as exercia.


Está certo que o Senhor tomou medidas enérgicas e imediatas para apurar todas as denúncias contra o Ministério que, venhamos e convenhamos, eu o conheço muito bem e sei que está abarrotado de líderes e membros de forças sindicais, inclusive em alguns Estados,  nos SINEs e Delegacias Regionais do Trabalho!

Faça o seguinte, senhor Ministro: continue seu trabalho, deixe de bravatas inúteis e alcance os objetivos almejados pelo seu partido em defesa do trabalhador brasileiro! Mas pare de bravatas inúteis que nada constroem! Pelo amor de DEUS!

Um comentário:

  1. Precisamos ter consciencia da nossa fragilidade,grande e poderoso é o SENHOR nosso DEUS, teme-lo e adora-lo acima de tudo trará para cada um de nós os louros das conquistas e as glorias mesmo nas batalhas perdidas.

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