“De tanto levar/Flechada do teu olhar/Meu peito até/Parece sabe o quê?/Táuba de tiro ao Álvaro/Não tem mais onde furar/Não tem mais!...”
Começo a crônica de hoje citando uma parte da letra “Tauba de Pirulito”, uma das 107 composições fenomenais do irreverente poeta Adoniran Barbosa, para fazer uma única pergunta: cadê o gás encanado de Urucu que seria destinado em Manaus e vários outros municípios do Estado?
A cidade foi rasgada, expostas suas entranhas avermelhadas do barro escavado para abrir valas; tubos de aços foram colocados em suas vísceras; o trânsito, em vários lugares, ficou caótico; cursos foram ministrados por ONGs ligadas a partidos políticos ou não, trabalhadores foram usados como mercadorias de propaganda política, mas passada a euforia da capanha política restou uma pergunta sem resposta: cadê o gás encanado?
Planos foram feitos, indústrias implantaram novas matrizes energéticas para consumir gás: mas cadê o gás?
As ficaram e esburacadas transformadas em “tauba de pitulito”, mais do que a vergonha que sinto quando sou desrespeitado em meus direitos dentro do Carrefour! Mas a pergunta que fica é: cadê o gás de Urucu?
Uma Empresa Amazonense de Gás chegou a ser criada, uma licitação que uma empresa baiana venceu para explorá-lo, mesmo antes de as ruas começarem a ser esburacadas, mas, no final de toda a euforia política, restou só uma pergunta sem resposta até hoje: cadê o gás?
Táxis foram modificados para consumí-lo, um posto foi implantado no Distrito Indutrial para abastecê-los mas, passada a euforia da campanha política, baixou um silêncio sepulcral sobre o assunto, e uma pergunta sem resposta restou pairando no ar da desilusão: cadê o gás de Urucu?
Planos foram feitos, projetos foram motificados, dinheiro e muito dinheiro foi gasto para rasgar as ruas, asfaltá-las depois, mas o que sobrou de tudo isso foi só uma pergunta: cadê o gás encanado de Urucu, que abasteceria Manaus?
Ninguém sabe e ninguém viu o gás até hoje! Foi apenas mais ume promessa de campanha a ser talvez, um dia, cumprida. Nada mais. E a pergunta continua: cadê o gás encanado de Urucu?
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