Em grupos de sociais,
sou costumeiramente acusado de tergiversar em meus escritos, de voltar as costas aos problemas, usando
evasivas, rodeios e subterfúgio, de inventar desculpas ou pretextos, procurando
maneiras de escapar ou hesitando diante de situações embaraçosas. Aos que leem
meus escritos sabem que nunca fujo a um
debate de ideias com argumentos e propósitos, mas não aceito radicalismos. O jurista e senador da República, Rui Barbosa,
dissera ao se dirigir à mais alta corte de Justiça, “não tergiverseis em vossas
responsabilidades” e cobrou a
aplicação da justiça em uma de suas causas.
O que seria melhor: tergiversar
com estranhamento e não se comprometer, ser
radical de forma inconsequente e irresponsável? Das duas coisas, prefiro
continuar com o olhar de estranhamento sobre os fatos, mas não me envolver neles!
Manter sempre a neutralidade foi o que aprendi e passei a ensinar aos alunos das turmas de PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL. O estranhamento e a neutralidade são o
caminho para se evitar acusações ou defesas apaixonadas em qualquer campo de
análise que se pretenda fazer com total isenção porque há muitas variáveis que
interferem em resultados de pesquisa que precisam se r interpretadas. Fatores estranhos podem mascarar seus
resultados.
Não sou analista
irresponsável ao ponto de não ver a política como se fosse uma linha reta. Na
sociedade política, não existe como se ser apaixonado por nada. Acordos de
bastidores nem sempre muito claros dificultam a análise de seu conjunto que
precisam ser juntados em pedaços para se construir um todo compacto.. Existem
muitas curvas, atalhos e retornos no caminho da política e tudo interfere nos
resultados de uma análise de conjuntura. O que hoje é, amanhã poderá não sê-lo. Na calada da
noite, acordos são feitos e desfeitos.
Tudo o que parece ser verdade, também poderá ser uma grande mentira. Joseph
Goelbs já dissera que uma “mentira
repetida várias vezes, torna-se uma verdade” O que se promete em campanha
política, em qualquer nível, nem sempre
será o que se fará depois de chegar ao poder. Até os discursos de muitos
políticos tem que ser interpretados no que ele não disse e não no que falou.
Mas para isso, se precisa de experiência e prática que nenhum curso ou faculdade
ensinam aos alunos.
Como não existem dias
exatamente iguais, também não existem políticos
honestos, com raras exceções. E nem todos os honestos são iguais e ou parecidos
aos que já existiram no passado, em todos os níveis. Um político entrava pobre,
exercia e vivia mais da sua profissão paralela de médico, advogado e
outros e muito pouco se vivia da
política. Ao deixa-la por não ter sido
reeleito ou por qualquer outra razão, geralmente saia com um patrimônio menor do que
o que declarara possuir antes de entrar
em qualquer cargo eletivo,
exatamente ao contrário do que ocorre
hoje. Muitos candidatos entram pobres e e ao deixa-lo, saem milionários e ainda
zombam da justiça e dos órgãos de
controles federais, estaduais e municipais, por não os terem alcançando. É uma
triste e lamentável verdade.
Continuarei mantendo
estranhamento diante dos fatos, neutralidade nas análises
porque não significará tergiversar. Ao
contrário, significa apenas prudência e responsabilidade ao analisar
fatos políticos e sociais. Antes de garantir que só sei tergiversar, ver tudo
no sentido contrário, de costas é melhor ver o radicalismo de quem me acusa.
Mas recebo as críticas e as ofensas de ser tergiversador, com tranquilidade. Não
pretendo e jamais serei a palmatória do mundo como muito querem que seja. Prefiro tergiversar de forma isenta do que ser
radical e inconsequente bolsonarista!
Muito bom.Amei sua Cronica e estou completamente de acordo com o que aqui ficou escrito.Aquele abraço do Alem Mar.
ResponderExcluirCarlos, não podemos nos abster. A imprensa é o 4o. Poder, e tem o compromisso de divulgar a verdade. O único compromisso da imprensa é com a liberdade. Por isso tantos jornalistas morrem no mundo todo, sempre correndo atrás da verdade, o que incomoda os tiranos e ditadores. Lembre-se que era isso exatamente o que o pt queria: criar um marco regulatório para vendar e amordaçar a imprensa. Nós, cidadãos, merecemos saber a verdade, para fazermos juízo de valor do que está acontecendo.
ResponderExcluirOlá Carlos,
ResponderExcluirradicalismos nunca levam a conclusões sábias e sensatas , pois geralmente ofuscam nossas mentes, e invariavelmente nos conduzem a formas de pensamento que, muito mais do que nos aprimorar como seres humanos que somos, nos levam a trilhar o caminho da insensatez , do egoismo , da intolerância e do sectarismo . Portanto prefiro vê-lo "tergiversando " do que se "radicalizando ". O dia que voce escolher a segunda opção estará começando a desconstruir esta nossa preciosa amizade .
Que venham as tergiversações ......... kkkkkkk