Observo um pronto preto
bailando no ar!
Seria apenas um sujo em
meus óculos ou um pássaro em voo? Limpo os
7,5 que trago no rosto como se fosse uma tatuagem ou identidade que sempre me
pedem só para ter o prazer de ver como os anos me mudaram muito e fizeram
desaparecer a vasta cabeleira que tinha e me deu de presente uma careca hereditária
do meu pai. Os óculos não posso tirá-los e aumentou
de mais 2 graus, mas confirmo que o ponto preto que vejo bailando no céu
nublado de Manaus é apenas um pássaro,
voando ao sabor do vento, procurando encontrar um local para repouso, olhando desesperado para as 11 torres de concreto e tijolo onde antes
existia uma floresta primária. Hoje, esse cenário compõe o Condomínio Mundi, em
Manaus, de três etapas e 740 apartamentos ligados por uma ponte de ferro
construída pela Construtora J. Nasser.
Os pássaros paravam,
comiam frutas nas árvores e depois voavam
rumo à reserva florestal do INPA -Instituto Nacional de Proteção da Amazônia, a
órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia do Governo Federal, a poucos
metros de distância. Lá, todos se aninhavam, descansavam e dormiam de olho
abertos durante à noite! Uso óculos desde 2006, porque tomei muito corticoide
no hospital para recuperar a voz depois do coma de 10 e mais 45 sem qualquer memória presente, ou passada.
O futuro estou reconstruindo com os pedaços contaminados de vida que DEUS me
deixou para viver e os médicos a conservam.
O ponto preto é apenas
um pássaro desesperado voando ainda livre no ar e procurando encontrar as
árvores que antes aqui existiam. Entre o canto deles rasgando por cima das
torres do Mundi, também ouço latidos de
cachorros, como se formassem uma orquestra desafinada vinda de diversas torres
de apartamentos.. Não sei como os latidos insistentes não incomodam os seus
ouvidos dos moradores? Os cantos dos pássaros que ouço, interpreto-os
como parte de um protesto mudo e surdo que ninguém os escuta, principalmente o “progresso”
que anda rápido e só reconhece o
poder do dinheiro. Ele não se preocupando
em caminhar de mãos dadas com a preservação do meio ambiente. A jornalista Terezinha de Jesus Soares,
primeira mulher a receber um prêmio Esso para o Jornal A NOTÍCIA, não
entendia como uma cidade construída no meio de uma selva poderia ser também,
uma das mais desarborizadas do Brasil?
A nudez e a estupidez
em Manaus, ainda andam lado a lado com o progresso. Será que não poderia ser
diferente, caminhando juntos, o progresso e à floresta? Manaus também não é a
cidade mais quente do Brasil! Pode ser a
mais abafada e a mais úmida, levando a pessoa a transpirar muito. Se alguém colocar uma folha de papel no para-brisa
de um automóvel durante a noite, sobretudo na área do Aeroporto Internacional
Eduardo Gomes, depois de meia hora pode retirá-lo aos pedaços, parecendo que
ocorreu uma chuva forte.
Mas o que isso tem a
ver com a crônica iniciada? Tudo e nada!
Tudo, porque a cidade
está ficando cada vez mais nua, sem árvores, embora seja construída no centro
de uma floresta, Manaus, continua a ser uma
das cidades mais carecas do Brasil e desmatamento continuam a todo vapor!
QUE ABSURDO,AMIGO CARLOS COSTA ESTAMOS AQUI NO RIO NA CAMPNHA PLANTE UMA ARVORE, O RIO PRECISA DE 2 MILHÕES DE ARVORES E AS AUTORIEDADES NOASE INTERESSAM POR ISTO,E SO OLIMPIADAS,UM GRANDE ABRAÇO,
ResponderExcluirMuito importante.
ResponderExcluirParabéns
Nossa muito interessante, eu posso guardar esse teu texto para Achei sensacional a sua sensibilidade sobre como era Manaus antes e o atual
ResponderExcluirNossa muito interessante, eu posso guardar esse teu texto para mim CarlosAchei sensacional a sua sensibilidade sobre como era Manaus antes
ResponderExcluirCorrobo com você dizendo que esse modelro de desenvolvimento vem cada vez mais separando o ser humano da natureza
Palmas!!!!
ResponderExcluirMas tem que crescer carlos costa assim como o ser humano cresce a cidade tambem cresce agora se vc quer ver ainda essa fauna manaura tem muito interior por ai que tem essas coisas que vc postou mano e so viajar
ResponderExcluirAdorei
ResponderExcluirIsso e verdade carlos
ResponderExcluirMuito boa!
Belíssima crônica, Professor. Mas eu diria melhor: tal qual a perene falta de verde em nossa cidade, também há uma perene falta de amor nas pessoas.... aquele conversar nas calçadas, plantar uma goiabeira no quintal.... andar numa praça com árvores... hoje se anda em shopping com luzes artificiais... conversa-se com o vizinho que está na casa ao lado pelo whatsapp... não se tem mais quintais.... não sei se estamos caminhando para um mundo novo, mas aquele nosso mundo antigo está morrendo.
ResponderExcluirCrônica suave, leve e nos conduz com muita imaginação. Parabéns e palmas.
ResponderExcluirCara sem palavras!
ResponderExcluirnota 1000
vms respeitar
Você nos ajuda a transvê o mundo!
ResponderExcluirmuito bom e verdadeiro!
ResponderExcluirOi, Carlos. Também sinto falta de maior arborizaçao em Manaus. Abraço do Max.
ResponderExcluirPrezado Carlos Costa, encontrei bonito sua cronica. A grande maioria de pessoas sabe do problema. A questão é o que fazer para que ocorra uma mudança de atitude nas pessoas.
ResponderExcluirLamentavel ver como progredimos para um regresso sem fim
ResponderExcluirMais uma crônica de meu amado amigo Carlos Costa, jornalista de Manaus, assistente social, e um monte de outras coisas. Principalmente sobrevivente (ente, ente):
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