No mínimo preconceituosa a propaganda de uma promoção de um carro da Peugeot do Brasil, usando a figura de um estagiário que abre a porta de uma loja e é esmagado pelos supostos compradores.
Essa propaganda ridícula, sem nenhum propósito a não ser dizer que um “estagiário” pode ser esmagado porque não passa de um “estagiário”, ou seja, não representa nada, está sendo veiculado em todo o Brasil, momento em que mostra o “estagiário” estendido no chão, sendo pisoteado. Logo em seguida aparecem duas pessoas que não o pisotearam e, em seguida, travam o seguinte diálogo:
- Junior, vai lá, abre a loja e dá bom dia aos clientes, diz um suposto “gerente” a um suposto “estagiário”.
Junior abre a loja, dá bom dia e é pisoteado pelos supostos compradores e fica estendido no chão.
- E agora? Vamos ajudá-lo? – pergunta um “vendedor”
- Não, vamos almoçar. Ele é só um “estagiário”! Responde um “gerente” da loja demonstrando, com isso, todo o preconceito contra uma classe de profissionais contratados por baixos salários, sem muitos direitos e que ainda é humilhado em propaganda!
Essa publicidade, usando um suposto “estagiário”, designado pelo “gerente” para abrir a porta da Loja de Carros da Peugeot, demonstra todo o despreza que a Peugeot tem contra o Brasil e seus laboriosos estagiários. É, também, no mínimo, uma grande falta de respeito aos estagiários de todo o Brasil e não sei por que a publicidade ainda não foi retirada do ar!?
Mais do que uma falta de respeito para com a categoria de estagiários, no momento em que o Governo Federal tenta incentivar o uso da categoria “estagiário” no mercado de trabalho para aprender alguma coisa, vem a Peugeot do Brasil tripudiar em cima de um profissional, sem o menor pudor!
O Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária, o Ministério Público Federal do Trabalho e as demais autoridades que militam no assunto no mínimo não tiveram a competência necessária para perceber o rebaixamento e o preconceito embutidos na sutil propaganda contra os estagiários.
Talvez seja por isso que estagiário seja definido na publicação Metamorfose Digital, como sendo um “inutilis rastejantis”, uma subespécie muito parecida com seres humana, que costuma parasitar próximo a estantes de biblioteca públicas, porões de escolas em geral e salas úmidas e escuras de empresas de qualquer espécie. Às vezes são acometidos de anomalias cerebrais irreversíveis, o que para eles, resulta em sinal de evolução quando e então passam a ser denominados de “Chatus Universitários”.
E ainda acrescenta a mesma publicação que o estagiário não existe, é uma assombração, não pensa, é um copiador de idéias, não ri, não sofre espasmos faciais e também não almoça e nem ocupa lugar no refeitório.