quinta-feira, 14 de julho de 2011

O CODEFAT ERROU E QUALIFICOU MAL A MÃO-DE-OBRA

 
Excesso de oferta de vagas no mercado e falta de mão-de-obra qualificada. Esse é o drama vivido hoje pelas indústrias, área de serviços do Brasil.. Já tinha certeza que seria questão de tempo para isso acontecer. Embora sendo apenas um técnico, jornalista, assistente social e não futurólogo, por dois mandatos alternados assumi como presidente da Comissão de Emprego e, na oportunidade, me rebelei contra a prática de aprovar cursos de qualificação de apenas seis horas aulas e, agora, isso parece que foi mudada para mais de 200 horas. O resultado de qualificar pela quantidade e não pela qualidade foi um erro e as conseqüências estão surgindo agora!

Também como presidente da então Comissão Estadual de Emprego, apresentei ao Governo do Estado projeto para transformar as fábricas desativadas no Distrito Industrial em Centros de Formações Técnicas que também poderiam ajudar no processo de qualificação de mão-de-obra. O projeto foi considerado muito bom. Mas, infelizmente, não foi implantado.

Hoje, o que previ como presidente, coordenador e autorizador da distribuição dos recursos financeiros do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, já está acontecendo: há vagas, muitas vagas, mas faltam trabalhadores qualificados, que tenham o mínimo de conhecimento de português, matemática e noções sobre outros assuntos. A culpa não é dos trabalhadores, mas da má qualificação promovida pelos recursos repassados pela Comissão Nacional do Fundo de Amparo ao Trabalhador, que aprovava os cursos sem critérios e os empurrava “goela abaixo” para as Comissões Estaduais executá-los. Não deu certo, como havia previsto. Hoje temos a prova dessa nefasta política de qualificação profissional da  quantidade em detrimento da qualidade.

Empregos há; mas a falta de qualificação adequada também. É uma conta que não consegue ser fechada nunca.  E o jovem é o mais prejudicado, principalmente porque procura seu primeiro emprego e não consegue. Os antigos cursos de formação técnica em escolas públicas e técnicas precisam retornar porque, para os jovens, sempre foram úteis, mas todos foram extintos.

No projeto pedindo a utilização de galpões de fábricas desativadas no Distrito Industrial e transformá-los em suporte para Centros de Qualificação Técnica direcionados especificamente para atender às fábricas do Distrito Industrial, de acordo com suas necessidades, seriam dados apenas complementos aos antigos trabalhadores dessas mesmas fábricas, altamente qualificados nas áreas que atuavam antes, mas que foram retirados das Escolas muito cedo e perderam completamente seus conhecimentos e habilidades teóricas, gerando dificuldades para que eles, hoje, resolvam simples equações matemáticas e de ortografia. A idéia, como já afirmei, morreu no nascedouro!

Tentando se redimir, o Governo criou o CETAM que tem mais ou menos 100 pessoas capacitadas em cursos de diversas áreas (auxiliar de enfermagem, informática, administração e outros) e tem um orçamento de mais de 10 milhões de reais, conta com recursos públicos e verbas das indústrias do Pólo Industrial de Manaus, mas não tem – e por isso não faz – a obrigação de informar o total de alunos empregados por esse Centro e colocados no mercado de trabalho como eram e ainda são obrigadas a fazer todas as entidades que recebem dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Uma vergonha!

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