Comerei a escrever essa
crônica pelo seu título. “Thau querido”,
em vez de “thau querida”, como passaram
a dizer os adversários do Governo Dilma Rousseff; porque ela é sobre aos 410 votos contra 9 e abstenções registrados no mais longo
processo de cassação política na história recente da Câmara dos Deputados e
tornar inelegível por oito anos, o agora ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Depois de manobrar por meses os trabalhos da
comissão de Ética, o deputado cassado, ainda de forma jocosa, deselegante e
desrespeitosa ria pelo canto da boca de forma cínica, fria e contemplativa, quando até seus antes aliados
e aplaudidores das empáfias e das pautas bombas que criava. Ou o deputado
cassado seria um parlamentar cínico
demais ou teria algum problema mental com problemas mentais que precisaria ser
confirmado por médicos especialistas da Câmara dos Deputados. O parlamentar
perdeu o mandado; mas não a pose e sempre virava de costas para não ouvir as
graves acusações que seus pares lhes
faziam.
Durante o tempo de
protelação do pedido de cassação, provas contra ele foram conseguidas por investigações
da Comissão de Ética e por documentos oriundos de bancos suíços onde mantinha
contas. A demora excessiva no julgamento do processo também causou irritações aos
seus aliados e, principalmente, aos eleitores brasileiros, que passaram a
exigir nas ruas o mesmo caminho sem volta para quem foi o responsável pela
cassação pelo ”conjunto da obra” de
Dilma Rousseff, sob acusação de crime de responsabilidade fiscal. Não entrarei nesse mérito porque não há
razão para fazê-lo, pois como a maioria
do povo, também defendo eleições gerais para presidente. Não sou contra Dilma e
nem contra Temer: defendo só a continuidade da democracia do Brasil como
eleitor consciente! Eduardo Cunha não foi cassado pelo “conjunto da obra”, mas pelas mentiras que contou aos seus colegas
para se manter no poder!
O, antes o todo
poderoso, conhecedor e exímio manobrador, o agora ex-deputado
federal Eduardo Cunha, não manda
mais, não é mais nada, não falou e tá
falado, mas haverá discussão, como escreveu na década de 70 a letra da
música “APESAR DE VOCÊ”, de Chico
Buarque de Holanda. A música, dizem que teria sido composta como um protesto contra o
falecido presidente militar Ernesto Geisel, por ter proibido a circulação de um
LP anterior do artista por conter uma foto em preto e branco do autor da letra
e de sua então esposa Marieta Severo nus de costas um para o outro. Se é verdade
ou não isso a história negará ou confirmará, mas é uma música emblemática, da
qual me socorrei a partir de agora.
Durante a presidência
de Eduardo Cunha, os deputados federais falavam
de lado e olhavam para o chão para não encarar seu olhar frio, ameaçador e
amedrontador do deputado cassado com votos até de seu próprio partido, o PMDB. O
agora ex-Vossa Excelência, ...”inventou
esse estado/inventou de inventar”...desculpas e mentiras sobre a sua participação
no esquema de corrupção na Petrobras ou sobre a origem do dinheiro de suas
cinco contas secretas em bancos Suíços. Também “inventou” a escuridão democrática que tornou mais negras as nuvens
que pairam sobre o céu limpo da Câmara dos Deputados, na capital da República.
O parlamentar chegou a inventar até o “pecado”
da mentira. Porém, o ex-todo poderoso manobrador da Casa parlamentar, “esqueceu-se de se inventar” novas mentiras e desculpas e se discursou como
uma vítima de perseguição política, por ter aberto o processo de cassação
contra a agora ex-presidente Dilma Rousseff. Em momento algum se defendeu das
acusações que lhes pesavam às costa e não esclareceu a origem do dinheiro que
garantia a farra de membros de sua família em viagens internacionais. Ao
contrário, preferiu atacar seus antes aliados e recebeu o troco na forma de
vaias e pedidos de “fora Cunha, “fora
Cunha”, ao final da votação em plenário..
Sem Eduardo Cunha, “amanhã há de ser outro dia/Eu pergunto a
você, onde vai se esconder/Da enorme euforia” do povo brasileiro que também exigia cassação de seu mandato parlamentar, não por
vingança, nem por ter aberto o processo conta a ex-presidente, mas pelas suas
próprias mentiras contadas e recontadas aos seus pares. Agora, “agua nova brotará e será” um novo dia
na democracia do Brasil “
com a gente se amando/sem parar...” Thau,
querido, vá com Deus porque chegou ...”o momento/e o meu sofrimento...” de
ver a democracia e suas manobras regimentais se arrastando por mais de 11 meses
com “todo esse amor reprimido” que
seus antigos aliados lhe tinham, você
pagou dobrado com lágrimas de crocodilo ao renunciar ao
mandato de presidente da Câmara. “Cada lágrima rolada/nesse meu penar /Apesar
de você/Amanhã há de ser outro dia”
sem Eduardo Cunha na política do Brasil. Com tantas mentiras, negações e
processos indeferidos contra a votação no plenário, o agora vossa excelência se
iria se “dar mal, etc e tal”. Não
existe bem que sempre dure e nem mal que nunca acabe! Mais cedo ou mais tarde,
o bem sempre vencerá o mal porque o mal é construído sobre mentiras e o bem é
construído sob verdades irrefutáveis. Mas não jogarei pedra em ninguém e desejo
boa sorte ao ex-todo poderoso e vossa excelência Eduardo Cunha. Não costumo
tripudiar sobre pessoas derrotadas por si próprias, pelo simples desejo de
destruir o sonho de uma nação!
Vc é bom meu amigo
ResponderExcluiramei Toque você escreveu sobre o Cunha!!! Valeu amei, você foi perfeito nas pontuações e nas frases da música de Chico Buarque,
ResponderExcluirCarlos, meu caro, perfeitíssimo o seu texto. Estamos livres, mas muito lixo vem por aí pela boca do mesmo Cunha. Aguardo sua visita em "uma redação na escola sem partido 1 e 2", porque tem hora que tem que ser no deboche. Meus parabéns e receba o meu abraço cordial.
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