quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

“E VOCÊ AINDA ACREDITA NISSO, BOBINHA?”


                            Os tempos mudaram ou nós é que não acompanhamos as mudanças do tempo? Cito uma inteligentíssima propaganda que dá toda a dimensão do nosso “problema”.
                   Depois da propaganda do “primeiro sutiã, a gente nunca esquece!”, que marcou toda a geração que hoje tem mais de 50 anos e  transformou em celebridade instantânea a pessoa que a fez, além de muitos prêmios que lhe foram conferidos, há muito  não via veiculada em redes de TV outra propaganda feita com tanta sensibilidade, tanto brilhantismo e tanta sinceridade como a do “Café Pilão” veiculada nos intervalos do Jornal da BAND, não sei se a nível nacional! A propaganda é simplesmente perfeita, mas não sei quem a produziu!
                   Aparecem uma mãe na cozinha e uma garotinha dizendo que acordou, pois estava cheio de fantasma em baixo do colchão dela. E aí a mãe explica que a filha já é bem grandinha para ainda acreditar nessas coisas! E põe um pouco mais de leite no café da filha.
                   A mãe:
                  - Você já é bem grandinha para acreditar nessas coisas!
                   A garotinha pergunta à mãe porque ela ainda está acordada até àquela hora. A mãe explica à menina que está esperando o seu irmão, que foi a uma festa e prometeu que não ia demorar. A garotinha, depois de tomar o café e lamber o beiço, diz para mãe, na lata:
                   - E você ainda acredita nisso bobinha!. As duas, mãe e filha, concluem a propaganda com um grande abraço e rindo uma da outra.
                   Não é bem dessa propaganda que desejo escrever. Aproveitei a propaganda, tão sensível e profunda em seu conteúdo para falar de outra coisa, das festas de hoje.
                   No meu tempo, saía-se de casa às 20 horas, com a licença dos pais, para se chegar, no máximo, – e olhe lá, às 22 horas ou, caso acontecesse algum imprevisto, que teria que ser muito bem explicado, às  23 horas, quando se tomava uma surra do pai ou da mãe, que ficavam também acordados a nos esperar! Nossos pais sabiam que na maioria das vezes mentíamos para eles!
                   Hoje, os jovens começam a se aprontar a meia noite e a festa só começa – e quando começa -  depois das duas horas da manhã. As sete ou oito horas da manhã do dia seguinte, é que os jovens voltam das festas. Isso quando voltam; ou porque dormiram na casa de um “namorado” ou porque dormiram na casa de alguma amiga.
                   Com tudo isso, só posso dizer que os tempos mudaram! E como mudaram! Ou fomos nós, os pais, que não mudamos? Será que vivemos ainda na idade da pedra?  Não evoluímos? Não acompanhamos mais os “ritmos” dos jovens de hoje?
                   Não! Acho que não! Os tempos é que mudaram, e mudaram muito rápido que não fomos capazes de acompanhá-los. Hoje o jovem entra e sai de casa sem dizer para onde vai, se pedir a bênção do pai ou da mãe, enfim, nós é que perdemos espaço para a juventude moderna de hoje!
                   Infelizmente, tenho que voltar à propaganda, com a qual iniciei essa crônica para dizer que todos nós “ficamos um pouco mais bobinhos” por não conseguir entrar na cabeça dessa nova juventude descolada.
                   A propaganda do “Café Pilão” está perfeita. Nós é que paramos no tempo!
                       

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