“A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau.” (Samuel Langhorne Clemens). Mais conhecido pelo pseudônimo Mark Twain.
Essa frase acima é de um escritor, humorista e romancista norte-americano. Em seu auge, Twain foi uma das personalidades mais conhecidas de sua época. Tinha raciocínio perspicaz e suas sátiras incisivas renderam-lhe a admiração de seus pares; William Faulkner chegou a declarar que Twain foi "o primeiro escritor verdadeiramente americano, e todos nós desde então somos seus herdeiros". Não desejava, contudo, que seus herdeiros se multiplicassem tanto ao ponto de alcançarem até alguns prefeitos da Região Norte, que fazem uso do dinheiro público como se fossem seus. À época de sua morte, ele foi laureado como o "maior humorista americano de sua geração".
E por que minha crônica de hoje começa falando de um considerado gênio norte-americano? Porque não quero me referir aos prefeitos de Curralinho, Santo Antônio, no Pará e em Tefé, no Amazonas, pegos com a mão na botija da merenda escolar, roubando descaradamente os recursos do Fundeb, com notas frias e licitações fantasmas onde pai e filho concorreram em um mesmo processo e nenhum sabia da existência do outro, embora as “empresas” deles ficasse na mesma rua, uma ao lado da outra.
Acho que Twain deixou muitos discípulos entre os prefeitos de municípios do interior porque ele era a única pessoa que sabia como “dividir camelos em números ímpares para agoniados beduínos em números pares e ainda lhe sobrava sempre um camelo”. Era tal a forma inteligente que ele fazia isso que todos aceitavam sem reclamar e ainda o agradeciam por isso! Mas a CGU os peou? E agora, como será a saída?
Twain nasceu na Flórida, em 30 de novembro de 1835 e faleceu em Redding, em 21 de abril de 1919. Suspeito que o professor Twain, contudo, não os ensinou direito, porque todos eles foram pegos em fiscalizações da Controladoria Geral da União que, dentre outras coisas, orienta e controla os repasses de recursos públicos da União para Estados e Municípios.
Algumas dessas cidades do interior, citadas em minha crônica –-Curralinho, Santo Antônio ou Tefé – não devem ter nem propriedades, casas, ou algum tipo de investimento! Se tiverem, me perdoem, porque a maioria dos prefeitos só se elegem para roubar dinheiro de repasses do Fundeb, saúde, segurança, dentre outros, e não têm qualquer propriedade nos lugares que eles se propõem a administrar, ou seja, a roubar. As propriedades de todos eles estão sempre na capital, onde costumam morar.
Volto a Mark Twain, porque me dá náuseas escrever sobre administradores ladrões. O romance "Adventures of Huckleberry Finn" é considerado em geral a mais importante contribuição de Twain para a literatura, como disse Ernest Hemingway, que durante muitos anos viveu em Cuba e era amigo de Fidel Castro. Vejam que propositalmente estou voltando a falar de um gênio matemático, mas que não deve ter sido um grande mestre! Que me desculpe o defunto!
| Dizem que toda a literatura moderna americana adveio de um único livro de Mark Twain chamado "Huckleberry Finn" (…) “Não havia nada antes. Não houve nada tão bom desde então”. Ou os prefeitos não leram ou não chegaram a conhecer essa divina obra do mestre da lógica. Ele sim, era fenomenal: conseguia resolver sempre todos os problemas sem solução lógica, só usando a inteligência aguçada que tinha! |
Twain começou como um escritor de versos leves e bem humorados; terminou como um cronista quase profano das frivolidades, hipocrisias e atos de matança cometidos pela humanidade. "Huckleberry Finn", no meio dessa trajetória, foi uma combinação de humor denso, narrativa trabalhada e crítica social praticamente imbatível em toda literatura mundial.
Desconfio que Twain começou como um escritor de versos leves e bem humorados, mas terminou sendo o professor de prefeitos ladrões de cidades do interior dos Estados do Pará e Amazonas! Ao que tudo parece, Twain não os ensinou direito aos prefeitos desses municípios faltaram a aula sobre “como roubar e não serem pegos pela CGU”.
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