O garçom em um determinado restaurante apresenta à conta a um freguês: entre as bebidas consumidas entre coca-cola, constava também 10 “vêsecola”. “Não pedi esse “vêsecola” e nem sei que bebida é essa! Explique-me” – “Retire as dez “vêsecola” dessa mesa porque essa não colou”, falou o garçom ao caixa. Ele as retirou porque não havia colado com aquele freguês; mas com outros, já.
Neste valor estão incluídas R$ 20,3 bilhões em emendas parlamentares. Ou seja, o orçamento aprovado para este ano, cheio de “vêsecola” por emendas parlamentares não colou e, como fez o garçom do início de minha crônica, o Governo cortou-o porque não “colaram”.
Começo minha crônica com essa ironia só para comentar o corte de R$ 20 bilhões em emendas parlamentares, no meio do corte de R$ 55 bilhões do orçamento do Governo Federal este ano. Nenhum ministério escapou dos cortes. Despesas do dia a dia, viagens de funcionários e outros gastos vão ter corte de R$ 35 bilhões.
Do bloqueio total de R$ 55 bilhões de cortes anunciados no orçamento deste ano, R$ 25,5 bilhões são em investimentos. A maior redução será no Ministério da Saúde: R$ 5 bilhões. Nesse ponto, me alongarei um pouco mais.
Não se discute os cortes no orçamento, mas as péssimas gestões, os desvios de administradores do sistema de saúde público em quase todo o Brasil, muitos impunes até hoje porque a Justiça lhes oferece inúmeros recursos jurídicos.
São hospitais por concluir, medicamentos adquiridos e pagos, mas não entregues, equipamentos hospitalares doados sem nenhum custo pelo Ministério da Saúde, mas sem uso em muitos hospitais e a população necessitando de tomógrafos, mamógrafos, aparelhos de rádio X, remédios, conclusão de obras em hospitais, enfim.
Como afirmei, não “colou” os 20 bilhões de dólares em emendas parlamentares, algumas para conclusão de obras prioritárias; outras necessárias; outras, porém, só fazer para conchavos e negociatas políticas e direcioná-las à ONGs e Fundações comandadas por políticos.
O governo espera economizar outros R$ 20 bilhões na redução de gastos das chamadas despesas obrigatórias, como benefícios pagos pela Previdência. Estará fora do arrocho investimento no o PAC e os programas sociais, como o “Brasil sem miséria”. Ao todo, uma economia deverá ser de R$ 55 bilhões.
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tanto esforço é para garantir a redução da dívida pública. A meta do governo é pagar R$ 140 bilhões em juros este ano.
O governo está otimista. Esse otimismo, contudo, durará só até quando os deputados federais e senadores se rebelarem contra o Governo Federal e começarem a negociar liberações de emendas parlamentares em troca de votos. Já vi esse filme outras vezes!