Luís Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, também alcunhado de O Pacificador e Marechal de Ferro, foi um dos mais importantes militares e estadistas da história do Império do Brasil e, também, responsável em termos militares pelo massacre de importantes e legítimos movimentos sociais da história que poderiam ter mudado para pior ou melhor a história dos movimentos sociais e o destino dos movimentos sociais no Brasil, porque todas as “revoltas” “esmagadas” pelo “Marechal de Ferro” entraram para a história como sendo políticas e não sociais.
Com argumentos lógicos, coerentes e em uma visão militar, estritamente necessários em sua época, dominou movimentos populares revoltosos dos liberais nos Estados de Minas Gerais e São Paulo (1842), liderados por partidos liberais contrários às decisões tomadas pelo Governo Central do Império.
Em 1845, quando decorria a Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha, guerra regional contra o Governo Imperial que durou 10 anos, na província de São Pedro no Rio Grande do Sul, resultando na declaração de independência da província dando origem à República Rio-Grandense, recebeu o título de Marechal de Campo e passou a ocupar o cargo de Presidente (governador) do Rio Grande do Sul. A sua ação militar e diplomática levou à assinatura da Paz de Ponche Verde em 1845, pondo fim ao conflito gaúcho
A sua atuação aliou ação militar com habilidade política, respeitando os vencidos, contribuindo para a consolidação da unidade nacional brasileira e para o fortalecimento do poder central.
Foi feito Conde de Caxias.
No plano externo, participou de todas as campanhas platinas do Brasil independente, como a campanha da Cisplatina (1825-1828), contra as Províncias Unidas do Rio da Prata, foi Comandante-chefe do Exército do Sul (1851), dirigindo as campanhas vitoriosas contra Oribe, no Uruguai e Juan Manuel de Rosas, na Argentina (1851 - 1852). Depois, na condição de Comandante-geral das forças brasileiras (1866) e, pouco depois, comandante-geral dos exércitos da Tríplice Aliança (1867), na Guerra do Paraguai (1864-1870), Caxias, que já havia atuado como conselheiro no começo da guerra assumiu o treinamento e a reorganização das tropas. Instituiu o avanço de flancos gerais, o contorno de trincheiras e o uso de balões cativos para espionagem.
Finalmente, depois da célebre batalha de Itororó seguiu-se a campanha final, a Dezembrada, uma fase de vitórias, como as batalhas do Avaí e Lomas Valentinas, em dezembro de 1868, conduzindo à ocupação da cidade de Assunção, no Paraguai.
Após a ocupação da capital paraguaia, ainda antes do término do conflito, por motivos de saúde retornou a Corte, o comando das tropas foi mais tarde passado ao Conde D'Eu.
Seu retorno a Corte, foi polêmico, seus opositores, partidários do Conde D'Eu, o acusavam de ter abandonado uma guerra ainda em curso, por outro lado, seus partidários defendiam que a tomada de Assunção encerrava a guerra, com o Paraguai sem recursos e Solano Lopez isolado e liderando um bando de maltrapilhos.
Não desejo aqui historiar a vida nem enaltecer as “glórias” de Luiz Alves de Lima e Silva e nem defender invasões e destruição de fazendas produtivas pelo MST, ocupação e depredação de prédios públicos, invasão de estudantes à reitorias, corrupção, desmandos na saúde, falta de segurança, habitação, planejamento, saneamento. Só estou querendo dizer que o Brasil poderia ser outro bem diferente hoje, se alguns desses legítimos movimentos sociais não tivessem sido transformados em meras questões militares. Não desejo e não vou discutir a história passada, mas entendo que todo movimento social legítimo extrapola quando o Governo Federal também radicaliza, mas isso não dá ao direito às seguidas marchas, invasões e destruições de patrimônio público.