Com os avanços das pesquisas da genética na área da agricultura e em outras áreas da biologia também, posso afirmar que não existe qualquer conflito na equação “produção de alimentos e a e preservação do meio ambiente”.
Dá para fazer as duas ao mesmo tempo e de forma harmônica, sem necessidade de mais desmatamentos, aumentando a produção de alimentos e preservando os mananciais aquáticos e mantendo as florestas preservadas, aproveitando-as em benefício das pessoas que nela vivem e não servindo de cobiça internacional. O Estado do Acre foi o primeiro a ensinar para o Brasil e o mundo como isso é possível!
É uma questão de decisão política e cumprimento do que for definido na conferência Rio + 20!
A escassez de água e o aumento na produção de alimentos com a preservação das florestas é o grande dilema do século XXI e isso será possível solucionar com mais avanços em pesquisas, recursos para investimentos, correto e perfeito aproveitamento do que já foi pesquisado e comprovado e vontade política de todos os países.
Será só uma questão de querer porque incompatibilidade entre as duas necessidades mundiais não existe mais. Mas, com muita tristeza, vejo que as pesquisas feitas, em longos anos de com dispêndio de vultosos recursos públicos, não estão sendo pouco aproveitadas ou quase nada aproveitadas para a tristeza e desalento de muitos pesquisadores, sobretudo aos que estudam a preservação das florestas com o aumento da produção de alimentos.
A Floresta Amazônica é um bom exemplo do que afirmo: até hoje ainda é desconhecida em sua potencialidade para produção de remédios e outras possibilidades de produção de riquezas no Brasil, mas extremamente pesquisada pelos estrangeiros que, muitas vezes, se apropriam e registram patentes de produtos regionais, remédios ou princípio ativo para produzi-los.
Depois que a Região Amazônica perdeu a hegemonia da produção de borracha, devido ao primeiro ato de pirataria registrado oficialmente na história da Amazônia por Heney Vickhan que, em 1906, na condição de botânico, recolheu muda de seringueira e as levou para a Inglaterra (O CAMINHO NÃO PERCORRIDO – A TRAJETÓRIA DOS ASSISTENTES SOCIAIS MASCULINOS EM MANAUS, in Carlos Costa, 1995 – Manaus), que nada mais se fez em termos de pesquisas. Ainda tentou exportar pau rosa em tora, e quase exauriu a fonte da produção da essência, juta, sova, balata...mas nada deu certo porque a verdadeira vocação de desenvolvimento sustentável da Amazônia não está no modelo Zona Franca, mas em sua biodiversidade!
Iludido com nova prorrogação por mais 50 anos da Zona Franca, o Governo nada faz para buscar alternativas à produção para o Amazonas! Pesquisas existem, potencial produtivo de aproveitamento da biodiversidade da floresta também, mas falta vontade política séria e determinada.
Em vez disso, o Governo do Estado, revivendo uma época de mortes de taxistas, que também já existiu no final da década de 90, decidiu financiar cabines blindadas para táxis em vez de atacar suas causas: a desigualdade entre ricos e pobres, a falta de educação inclusive, o excessivo número de jovens protegidos pelo ECA envolvidos em crimes bárbaros, a falta de leitos hospitalares, enfim, o problema é totalmente social, político e não econômico. Esse não é o caminho e nem a solução.