domingo, 22 de maio de 2011

COTIDIANO: NÃO PODEMOS VIVER SEM ELE...


Quando passamos a absorver como parte integrante de nossas vidas o cotidiano anormal como normal duas ou mais coisas podem estar nos cegando para o mundo normal, juntas ou separadamente: 
1. Acostumamo-nos com absurdos, como  filas em hospitais, falta de vagas e leitos hospitalares, filas em bancos,  problemas políticos como corrupção de prefeitos, desvio de dinheiro da merenda escolar,  escolas precárias, destruídas, sem merendas, piorando ainda mais  a abolição da concordância verbal instituída pelo MEC. 
2. Estamos perdendo a nossa dignidade, nossa capacidade de protestar, de fazer movimentos, de dizer o que pensamos ou, então, último caso, estamos ficando “malucos”! E o pior é que nem sabemos disso!
Falo isso porque publiquei a crônica “Nois fala assim porque nois quer, mas que nois sabe, nois sabe”,  abordando de forma crítica, isenta e imparcial, um livro de português distribuído pelo MEC através do Programa Nacional de Distribuição de Livro Didático, usurpando  a concordância verbal de nossa língua portuguesa, tão bela e tão complexa, também e agora  debilitada de vez como a morte da bela “flor do Lácio”. Infelizmente!
Muitos comentaram favoráveis; outros contra o texto de minha  crônica. Recebi a todos os comentários com respeito, resignação fossem contra ou a favor de meu pensamento, pois tinha consciência da abordagem sobre que havia  um assunto complexo, profundo e polêmico.
Outras pessoas, que também tinham problemas com a língua e a conjugação verbal, criticaram-me duramente. 
Outras, ainda, tentaram justificar quase o injustificável, passando  para o insulto pessoal. Auto lá! Só manifestei um democrático comentário! Mas acho que estou no caminho certo.
No sábado, dia 21, no programa “Zorra Total”, a personagem de Chico Anysio, “Salomé”, criada para tecer críticas mordazes “e humorísticas verdades” ao Governo João Batista Figueiredo,  que  sempre desligava, dessa vez ligou para a presidente Dilma Rousseff, recomendando-a que recolhessem o livro. “Salomé” disse, depois de comentar o fim do uso da conjugação correta dos verbos, que Dilma e ela ainda iriam viajar “junta”. Depois perguntou se a presidente Dilma tinha entendido porque ela tinha falado sem a conjugação? E explicou: “Dilma, o MEC acabou com a conjugação verbal”. Dilma teria desligado o telefone e “Salomé”, depois de dizer isso, olhou para a câmera e concluiu: “Ela desligou! Acho que não gostou!”. 
Dessa mesma linha, também participava o “Jô Soares”, com outro personagem hilário! Os programas de humor de hoje nem chegam próximo aos que existiam no passado, porque tinham ao mesmo tempo que fazer humor político e driblar a censura!
Domingo, dia 22, lendo os jornais percebi que o cronista Carlos Heitor Cony, um ícone do jornalismo brasileiro, também comentou o mesmo assunto.
Diante disso, digo: todos têm o direito de falar errado; mas ninguém tem o direito de usar suas bobagens para prejudicar ninguém e nem para justificar o injustificável.
Vou continuar escrevendo sobre assuntos polêmicos, críticos e não adiantará os conselhos para que eu não o faça: sou engajado,  polêmico e continuarei assim até morrer.
Será que só eu estou errado?! Ou todos estão errados e só eu que estou certo?

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