sexta-feira, 20 de maio de 2011

O DIA DO ASSISTENTE SOCIAL


Iniciarei a crônica para falar da “Semana do Assistente Social”, culminada ontem com uma honrosa sessão na Assembléia Legislativa do Estado proposta pelos deputados Luiz Castro (PPS) e Sinésio Campos (PT). No dia 15 de maio, comemorou-se em todo o Brasil, o Dia do Assistente Social, profissão regulamentada há mais de 70 anos.
Como cheguei mais cedo à ALE,  deu tempo para ouvir o fantástico e brilhante discurso da deputada estadual Conceição Sampaio, falando sobre o tema  “Assistente Social” e comentando a passeata promovida pela primeira dama do Estado, Nejimi Azize, com a presença da atriz global Suzana Vieira, em favor da não violência e exploração  sexual de crianças e adolescentes.
Concluindo o discurso, a deputada Conceição Sampaio exaltou a primeira dama do Estado e disse que ela está mostrando para que veio!
Mas, e o que dizer da então primeira dama do já falecido Governador do Estado, Amine Dou Lindoso  que criou e presidiu a Central de Voluntários do Amazonas; que ajudou a implantar a Polícia Feminina, projeto de autoria do então deputado estadual Átila Lins, que tinha uma outra finalidade que não a de hoje?
Tudo bem que a primeira dama Nejimi Azize está fazendo uma cruzada contra os crimes sexuais contra crianças, mas jamais haverá outra mulher guerreira como Amine Dou Lindoso que, mesmo com problemas de saúde,  comparecia e despachava todos os dias na Central de Voluntários do Amazonas, tendo que subir e descer todas aquelas escadas.
Foi ela quem tirou hansenianos das ruas, colocou-os na Colônia Antônio Aleixo; implantou o pagamento de um salário mínimo para que eles não voltassem às ruas; criou as fábricas de tijolos, a “horta comunitária”; desmistificou os hansenianos do preconceito que sofriam e proporcionou-lhes dignidade para quem que antes se sentia excluído da sociedade. Também contratou muitas assistentes sociais!
Embora não fosse Assistente Social, Amine Daou Lindoso, fez muitas intervenções benéficas em favor dos mais necessitados, como deve ser um verdadeiro Assistente Social. Criou e implantou uma Cooperativa para administrar e gerir os recursos com o trabalho em vendas de hortaliças e tijolos por eles mesmos conseguidos!
Ela não fazia “assistencialismo” social; mas Assistência Social, promovendo rifas, bingos etc. revertendo tudo aos hansenianos. Uma pena que nem ela e nem o seu marido, um grande governador, embora omisso em algumas questões mais com visões para outras que ultrapassavam o seu tempo, como a interiorização do modelo ZFM, não foram reconhecidos! Era o período do governador nomeado! Talvez seja por isso!
Desculpe-me, tinha dito que falaria apenas do Dia do Assistente Social e da solenidade ocorrida no auditório da ALE, mas findei falando de outros assuntos, também importantes para o resgate da nossa história recente.
Voltemos ao tema original da crônica!
Quando a presidente do CRESS, Elizabeth Modernel, falou que, embora sancionada no ano passado a Lei que estabelecia 30 horas de trabalho para o Assistente Social, sem redução de salário e mencionou que estava tendo muitas dificuldades em fazer cumprir a Lei, “principalmente nos órgãos públicos”, a Assistente Social Graça Prola, à mesa, representando a Secretaria de Assistência Social, respondeu: “tivemos que fazer um esforço danado, mas já estamos cumprindo a lei”. Tudo em paz!
Em seguida o representante da Câmara Municipal de Manaus,  disse que iria fazer uma recomendação ao Prefeito para que a lei também fosse cumprida em todos os órgãos municipais. Foi aplaudido pelos presentes.
De tudo o que vi, presenciei e confirmei, um documento xerocopiado distribuído pelo deputado Luiz Castro, dizendo apenas “Sim” e “Não” me chamou à atenção: Digo “Sim” ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração de Crianças e Adolescentes; Digo “Sim” ao Dia Nacional de Luta Antimanicomial e em favor da Saúde Mental, iniciados no Estado pela enfermeira Margarida Campos e pelo médico psiquiatra, Rogélio Casado, mas digo “Não” à falta de empenho dos governantes em efetuar a chamada Reforma Psiquiátrica, que se arrasta  desde os anos 80!

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