Gastos excessivos em mídias eletrônicas para blindá-la em rádios jornais, TVs, a fim de que nada seja publicado contra a Cooperativa do Trabalho Médico do Amazonas; falta de investimentos na construção de hospitais e clínicas dignas e decentes; venda de novos planos de saúde, além da capacidade de seus investimentos; valores excessivamente baixos repassados a cooperadores além de outros problemas estruturais como a não contratação de pessoal, por exemplo, fazem da Unimed – Manaus um autêntico SUS. Só que um pouco pior!
O SUS pelo menos repassa valores aos hospitais; os cooperados da Unimed – Manaus, pelo que ouvi, pagam para atender! Na segunda-feira, quando fui internado, havia vários funcionários fardados do Distrito Industrial no Pronto-Socorro. Perguntei o porquê de uma das funcionárias?
- Só para pegar atestados – respondeu-me a funcionária. Passam o final de semana de forma excessiva e, depois vêm pegar atestado. Toda segunda-feira, a Unimed fica lotada. Veja nas fardas? A maioria vem só pegar o atestado! Acredito que o Conselho Regional de Medicina não sabe disso! Não é só imprudência, imperícia, isso é um crime também!
Depois de deixar um hospital onde estive internado por mais de quarenta dias, solicitei por ofício ao diretor técnico operacional da UNIMED uma consulta: se um determinado hospital credenciado possuía em sua estrutura, a Comissão Interna de Infecção Hospitalar conforme determina Resolução que normatiza o assunto, pois já tinha a confirmação que só havia uma enfermeira não capacitada para assinar os relatórios pedidos pela Anvisa- Agência de Vigilância Sanitária! Pasmem, só recebi resposta seis meses após ter deixado o hospital e depois de muito insistir junto a Unimed.
Até o dia que decidi ficar de plantão no gabinete do diretor. A secretária dele, o avisou que me plantei em seu gabinete informando, que só sairia do local depois de receber a resposta pedida oficialmente, com protocolo e tudo; ele trouxe-me a resposta, mas ambígua demais para ter interpretado seu teor. Mesmo assim, enderecei-a ao Ministério Público, o verdadeiro titular da ação.
Novamente internado em um leito duro, sem nenhum conforto, fiquei só observando: uma médica foi na segunda e voltou na terça-feira na tentativa de reservar uma sala de UTI para que ela procedesse a uma cirurgia complexa e depois transferir o paciente à falada unidade de terapia intensiva. No dia seguinte, presenciei outra médica reclamando sobre a falta de UTI no setor de emergência.
Descobri também que há dois tipos de refeições para quem está em “dieta branda”; uma refeição decente para quem está internado e outro copo plástico com sopa para está apenas em observação. Ora, quem fica em observação médica deveria receber refeição completa e para quem estivesse internado, também. Não consigo ver lógica nessas duas situações!
Depois, como se não bastasse, presenciei dois filhos levando e colocando a mãe deles no leito. Eu perguntando se eles tinham transportado a mãe deles em cadeira de rodas e ouvi uma enfermeira dizer de soslaio, não se dirigindo a ninguém: “nós só temos dois maqueiros, e eles ficam andando de um lado para o outro”. Mas ninguém apareceu para ajudar os dois filhos e muito menos para fazer o primeiro atendimento já que ela estava em estado grave. Os filhos decidiram-na levá-la embora e saíram junto comigo!
Se gastassem menos em mídias eletrônicas para blindá-la em toda a imprensa, já teriam construídos hospitais e equipamentos de forma decentes. Mas o problema é que não querem fazer isso, embora já tenham prometendo essa construção há muitos anos!
E tudo isso é do conhecimento do Ministério Público de Direitos Difusos, o mesmo local onde abri meu processo contra um hospital de Manaus!
Nenhum comentário:
Postar um comentário