quarta-feira, 11 de maio de 2011

OXI ESTÁ NO INÍCIO, MAS CADÊ POLÍTICA PÚBLICA?


Notícias de apreensão de Oxi, droga produzida à base de cocaína, combustível e cal virgem, uma versão ainda mais corrosiva do que o crack, já está sendo comercializada também no interior de Estados brasileiros, inclusive o do Amazonas, mas não vejo políticas públicas para combatê-la. Se existe alguma, é das Igrejas Católicas e Evangélicas, mas não dos Governos, em todos os seus níveis!

Mercadoria também recém chegada à cracolândia, maior pólo de usuários de drogas do Brasil, em São Paulo, o Oxi é considerado por especialistas em dependência química como uma “versão pirata do crack”.

Nem mesmo a notícia da apreensão em poucos ou grandes volumes de Oxi, em vários Estados, parece que sensibiliza as autoridades públicas para a criação e implantação em todo  território nacional, de clínicas públicas para tratar, recuperar, e permitir um retorno digno ao convívio social dos usuários.

Segundo informações veiculadas, até agora 1% da clientela atendida pelo Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras drogas, revelou ter consumido a nova droga ao mesmo tempo em que usava  o Crack, uma pedra feita com a mistura de pasta base de cocaína refinada com água e bicarbonato de sódio.
Ou seja, o Oxi ainda está em seu estágio inicial, e ainda dá para ser combatida. A Polícia Militar pode fazer cumprir sua competência institucional que é a de prender os traficantes e apreender os usuários de Oxi, normalmente menores de idade, mas o Governo Federal precisa fazer também a sua parte, que é criar um Programa Nacional de Combate às Drogas Ilícitas, porque, embora o álcool, o cigarro e outras drogas sejam considerados lícitas  perante a Lei, não deixam de ser droga também e, se alguém desejasse, poderia fazer tratamento nesses Centros, de forma gratuita, para abandonar o vício considerado “legal”.
E como ele pode fazer isso? Liberando recursos financeiros aos Estados e Municípios para a implantação de Centros de Tratamentos, compostos de médicos, psicólogos, assistentes sociais e todos os outros profissionais necessários às atividades burocráticas. Hoje, infelizmente, só quem investe nisso são as Igrejas Evangélicas. E a maior parte delas cobra, deixando o pobre, maiores vítimas desses problemas, sem possibilidade de conseguir tratamento por falta de dinheiro para pagar!
A inércia dos Governos Federal, Estadual e Municipal tem dado um ar de legalidade a todas essas coisas! Já disse e repito: é preciso uma política pública de Governos para combater o Crack, o Oxi e todas as outras drogas consideradas ilícitas e lícitas.
O Ministério da Saúde obrigou à Souza Cruz, a maior fabricante de cigarros no Brasil e a que mais recolhe impostos ao Governo Federal,  colocar nas carteiras de cigarros fotos dos malefícios  que “a droga lícita” pode ocasionar às pessoas que os usam, como se desejasse mandar um recado a todos e eximir-se de qualquer futura culpa: “eu avisei, não tenho qualquer culpa”! Mas é positivo; não basta! É preciso a implantação de política pública para combater e tratar o dependente químico. Sem isso, não se vai muito longe. E acreditem: o Oxi está só começando! Ainda vai piorar, e muito!

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