“Barreiras geográficas e a priorização do trabalho para o sustento familiar” foram os dois fatores apontados pelo Ministério da Educação e Cultura como os responsáveis pelos 230 mil analfabetos no Amazonas em uma população de 3 milhões de pessoas, o que corresponde a um índice de 9,85% de pessoas que não sabem ler e nem escrever corretamente no Estado.
Contudo, como a desgraça sozinha é bobagem, o maior índice de analfabetos está na população do Nordeste, com 17,6%. O estudo do analfabetismo no Brasil aponta que mais de 14.612 milhões, ou seja, 9.6% da população, segundo Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O mais estarrecedor, contudo, não são os dados estatísticos em sí, mas a confirmação que as Bolsas oferecidas pelos Governos Federal, Estadual ou Municipais não obrigam que uma das primeiras prioridades seja a comprovação da matrícula e continuidade de frequência na Escola para continuar recebendo o benefício.
A maior concentração reside em áreas rurais, onde os Governos chegam com a política do Programa Bolsa Família, mas não criam uma política pública de Bolsa Escola e de Bolsa Trabalho, duas prioridades emergentes para se combater o analfabetismo no Brasil.
No dia em que o Governo levar mais a sério o programa “Bolsa Família” cobrando a comprovação da matrícula do aluno por ocasião do cadastramento das crianças e da continuidade da criança em sala de aula, muita coisa pode começar a mudar. Cadastrar-se no Bolsa Família, com a exigência da comprovação de matrícula sem a exigência da comprovação da continuidade da criança na Escola, é pregar no deserto porque as Secretarias de Educação nem sempre prestam essa informação à quem administra o “Bolsa Família”.
Distância geográfica para o analfabetismo, como? Vulnerabilidade social, como? Os políticos encurtam essa distância geográfica, quando querem os votos das comunidades rurais. Vulnerabilidade social é uma situação que também não se explica porque o Bolsa Família foi criado como uma de suas metas, fazer com que a criança deixasse de trabalhar e estudasse. Mas parece que essa política não está dando certo!
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