Com o “objetivo apresentar os resultados obtidos, das análises realizadas em amostras de água de cacimbas, poços rasos e profundos, no bairro de Novo Israel, na cidade de Manaus, buscando caracterizar a qualidade da água consumida pela população local, comparando os resultados com a Portaria 1.469 do Ministério da Saúde”, o professor de pós-graduação na UEA, no curso de Engenharia de Segurança do Trabalho, Luiz Cláudio Ribeiro da Rocha, geólogo e engenheiro de segurança do trabalho e também professor da Universidade Uninorte do Acre, na área de Gestão e Perícia Ambiental. Usando várias metodologias e processos, o geólogo concluiu que as águas usadas naquele bairro para consumo humano apresentavam alto grau de contaminação por compostos nitrogenados e metais pesados colocavam em risco à saúde da população.
Constatou também que devido a essa má qualidade da água consumida pela população de poços que ainda possam existir, poderia causar problemas à saúde como náuseas, vômitos, diarréia, além de doenças mais graves nos tecidos moles (fígado, rins e cérebro), mutações genéticas e até câncer.
Além de tudo isso, o bairro Novo Israel, poderá sofrer do mesmo problema registrado no Conjunto Habitacional Cingapura, que afetou também o Shoping Center Norte, em São Paulo, porque os dois foram construídos em cima de antigos lixões.
De acordo com a tese de mestrado que “objetivava a caracterização físico química de águas subterrâneas” o professor e geólogo ambiental, de forma subjetiva também entendeu que a produção de gás metano é uma realidade em qualquer tipo de aterro, mesmo os controlados ou feitos como o de São Paulo, para fins imobiliários.
Orientado no departamento de Geociencias, área de concentração em Geologia Ambiental da Fundação Universidade do Amazonas – UFAM, pela professora pós-doutora Adriana Maria Coimbra Horbe, o professor Luiz Claudio Rocha chamou a atenção das autoridades para olherem como alerta ao problema. Durante a elaboração de sua tese de mestrado, o professor Luiz Claudio Ribeiro da Rocha teve reuniões na Secretaria de Saúde, talvez com medo da repercussão dos fatos, devidamente comprovados que a pesquisa poderia revelar, se tornarnados públicos.
Como jornalista do extinto jornal A NOTÍCIA, divulguei muitas notícias, inicialmente informando que os ratos existentes na lixeira poderiam invadir a cidade, mas também registrei muitas mortes depois, produzidas pela inalação de excesso de gás metano quando as pessoas abriam poços rasos ou profundos e cacimbas em busca de água.
O trabalho do professor Luiz Rocha, apresentado em 2003, embora tenha sido uma alerta às autoridades públicas, pois o cerne do trabalho se prendia ao objetivo de caracterizar a qualidade da água consumida no bairro Novo Israel, também serviu para nortear futuras medidas mitigadoras do impacto gerado pela disposição do lixo, sem qualquer preocupação com os muitos aquíferos que existiam no local, parece que até hoje não tenha sido levada à sério. Não era um trabalho social, mas pelo menos os resultados apontaram para o perigo que os moradores também correm no local, o que pode passar a ser um problema social.
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