Com o propósito de mostrar “as profissões do futuro”, nas várias áreas de tecnologias, o Instituto Batista Ida Nelson promoveu sábado, dia 29 de outubro de 2011, a sua Escola Aberta. Interessantes trabalhos foram divulgados pelos alunos e, os coordenadores e orientadores dos trabalhos, dividiram o Brasil por regiões para mostrar a diversidade de oportunidades que eles teriam nas várias áreas de conhecimentos. Mas a informação de que a Ponte sobre o Rio Negro levará “progresso” me impactou bastante.
Duas informações “nas Profissões do Futuro” me saltaram aos olhos. A primeira, de uma aluna, que explicou-me sobre o problemas sociais que advirão pelo excesso da criança no uso de jogos eletrônicos, sem controle dos pais. A outra informação, foi sobre os benefícios “sociais” e econômicos que a ponte sobre o Rio Negro trará para os municípios que a unem – Iranduba, Manacapuru e Novo Ayrão.
Como atravessei pela primeira vez a Ponte sobre o Rio Negro para visitar um sítio na sexta-feira, dia 28, caminhando pela estrada que leva aos municípios interligados pela obra, observei que há muitas áreas com inscrição “propriedade particular”, onde antes não havia qualquer informação. Em outros locais na estrada, vi placas da construtora NV com a inscrição no tapume “Projeto Minha Casa Minha Vida” e, outros, estavam apenas cercados, mas sem qualquer placa ou pintura, nada permitindo saber sobre o que seria feito no local. Mas o progresso já chegou!
Diante do que ouvi na exposição feita por um aluno na “Feira Aberta” do IBIN, sobre o que o progresso social e econômico da Ponte sobre o Rio Negro, trará para o desenvolvimento, fiquei intrigado com a palavra “social” usada pelo aluno. Entendo que os coordenadores do trabalho deveriam ter se aprofundado um pouco mais para entenderem que não existe desenvolvimento econômico sem problemas sociais.
Uma travessia que antes era feita em quase duas horas de espera na fila e mais uma hora na balsa, agora pode ser feita em pouco mais de 5 minutos. A distância ficou mais curta com a Ponte sobre o Rio Negro, sonho que o governador Enock Reis tinha alimentado quando abriu a estrada para o Município de Manacapuru, de onde era filho. Concordei com o progresso econômico, mas discordei do “progresso social”.
O aluno, como já disse, não teve qualquer culpa pela sua informação, mas os orientadores, sim, porque como educadores deviam ter informado ou orientando que todo desenvolvimento econômico causa problemas sociais. Ouvi atentamente sua explicação e, ao final, pedi-lhe desculpas e expliquei porque discordava sobre a informação que dera sobre o “progresso social”, quando explicava-me o propósito e o objetivo do trabalho.
Percebi áreas para loteamentos, construção de casas populares e a informação que os ricos de Manaus, diretores de empresas do Distrito Industrial, passarão a construir suas mensões do outro lado do rio, no município de Iranduba, para fugir do caótico trânsito de Manaus. Mas percebi também o medo que os proprietários de terras têm das invasões, construções irregulares, assoreamento de igarapés ainda intocados de áreas preservadas e recebi a informação de uma área de pesquisa ambiental, usadas pelo CNPQ, no Km 26, que leva ao Município de Manacapuru, já havia sido invadida por posseiros.
Isso é progresso sim; mas não sei se os municípios se prepararam estrutural e socialmente para recebê-lo. Está de parabéns o IBIN pela iniciativa, e o parabenizo por mostrar as profissões do futuro, que já estão presentes em nossa volta!
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