Enquanto o Governo comemora os ridículos resultados no IDEB, colocando o Brasil entre os últimos colocados entre os piores países que medem a qualidade de sua educação, uma coisa fica muito clara: o modelo de educação no país está descendo ladeira à baixo, sem freios, em elevada velocidade, deixando-a pelo menos quinze anos mais longe dos chamados países desenvolvidos! Do ensino básico, passando pelo fundamental e até o nível superior, todos em greve, é isso que vem ocorrendo.
Os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, do Ministério da Educação, mostram que 24% dos municípios brasileiros estão abaixo da meta do Governo Federal na oitava série e que nos Estados de Roraima, Piauí, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro os resultados no ensino médio foram negativos.
Será que as melhorias do país nos resultados negativos devem ser comemoradas com tanta euforia, se nas séries iniciais de primeiro ao quinto ano, a base inicial de tudo e o futuro do país, os dados apresentados estão tão ruins? Quantitativamente é verdade, a educação no Brasil melhorou; qualitativamente, contudo, piorou muito, formando verdadeiros universitários analfabetos funcionais que não sabem ler ou escrever nem um “O”, sentados completamente nus, na areia de uma praia! O problema está na base, nas series iniciais do processo ensino-aprendizagem! Os universitários de hoje são o resultado da péssima educação que receberam no passado, apenas!
Uma quilométrica desqualidade no modelo educacional do Brasil separa os universitários em busca de emprego e não o conseguindo porque, sem saber ler, escrever ou copiar um simples ditado. Também nunca vai conseguir o tão sonhado primeiro emprego depois de formado, porque os universitários deixaram de pensar e praticar o mínimo de leitura e escrita, achado que linguagem cifrada usada em salas de bate-papo da internet lhe servirá para enfrentar o dia-a-dia no mercado de trabalho. O ensino superior tem que ensinar o aluno a aprender, o que não fizeram nas outras séries de seu ensino e o que ele entrou na Faculdade sem conseguir fazer!
Há mais de seis anos quando exercia o Magistério Superior já sentia essa desqualidade na escrita, quando Universidades tiveram que se adaptar ao aluno em um completo e ridículo fingimento do “você finge que aprende e eu finjo que ensino e lhe aprovo!”. Isso é ridículo e não deve ser comemorado pelo Ministério da Educação.
Onde vamos parar com esse pacto de mediocridade? Algumas chegaram até a reduzir suas grades de matérias, adequando-as à péssima qualidade dos alunos que as acessam por cotas radiais, péssima educação nas escolas públicas e pobreza declarada!
Dos 5.450 municípios brasileiros, parte deles ficou sem nota porque não foi atingida quantidade suficiente de amostras para o cálculo. Como o Brasil pode dizer que pela segunda vez superou as metas da Educação Básica se o resultado do ensino médio é preocupante? Como entender toda essa euforia ridícula se na Bahia a maior nota foi 0,5, considerando taxas de aprovação, reprovação e abandono escolar?
Na oitava série, as piores notas também foram registradas em cinco cidades da Bahia, três do Rio Grande do Norte, duas de Alagoas, uma do Maranhão e uma do Sergipe, com a média 1.6, a mais baixa, sendo registrada no município de Jardim de Angicos, no Rio Grande do Norte! Como explicar toda a euforia do Ministério da Educação?
Será que o Governo está eufórico porque nos anos iniciais do ensino fundamental todos os Estados superaram as metas do Governo, se nos os Estados de Rondônia, Pará e Amapá, nos anos finais, ainda ficaram abaixo da meta do IDEB? Como explicar toda a euforia e discursos positivos se a base futura da educação, o ensino médio, está tendo os piores desempenhos no país? Esses péssimos alunos do ensino das séries iniciais hoje serão os universitários de amanhã!
Só se o governo estiver comemorando o pacto de mediocridade que ainda existe em nosso ridículo modelo de Educação quantitativa e não qualitativa! Outra coisa não pode ser! Talvez seja isso, simplesmente!