Pelas ruas do Brasil, sob a luz triste e horrorizada da lua ou no escuro da noite por falta de lâmpadas nas vias públicas, que muitas vezes levam a lugar nenhum ou a todos os lugares escondidos em vielas, becos ou bocas de fumo, cobertas com manto negro de um asfalto não ecológico, – que já existe na USP - mostram e deixam o sangue vermelho escorrer do corpo de um novo cadáver, de um novo trabalhador qualquer, vitimado por mais uma bala disparada pelo revólver de novo adolescente viciado em entorpecente ou fumante de crack, mas sem qualquer tratamento clínico ou educação profissionalizante como pena alternativa de recuperação para esse problema nacional de saúde público ainda protegido por algumas letras mortas de um ECA que precisam ser alteradas para melhorá-lo, adequá-lo porque já cumpriu sua função social!
Pelas ruas do Brasil, também se divertem e se prostituem ou são prostituídos adolescentes viciados, que agridem, matam e roubam para alimentar seus vícios, mas que andam livremente sem que exista um programa de saúde pública para tratá-los, recuperá-los e reinseri-los de volta à sociedade. Essa realidade não mudará enquanto o ECA não for reformulado e inserido como pena alternativa de recuperação o ensino profissionalizante, a educação e o envolvimento do Estado para direcioná-los ao mercado de trabalho formal!
É mais um espetáculo triste que se desenrola sob as bênçãos do Estatuto da Criança e do Adolescente, enquanto balas são trocadas entre bandidos e policiais nas vielas escuras ou às margens de igarapés aterrados sem qualquer sentimento de culpa pela destruição de mais um meio ambiente preservado e nem com o sangue quente e pegajoso escorrendo pelo seu manto negro que lhe serve de coberta para os dias frios do inverno e de proteção contra o sol quente do verão.
Enquanto isso, pelas ondas das rádios e das TVS, desfilam promessas políticas de candidatos que se assessoram de marqueteiros que inventam novos problemas de água, saúde, habitação, asfalto, trânsito, educação, etc, com soluções para todos os problemas que também se repetem, na tentativa de enganar eleitores por mais quatro anos. Mas a Justiça Federal só repara as ações de candidatos e nada observa sobre a atitude de marqueteiros que deveriam sofrer punições também. Mas os candidatos não falam de problemas estruturais e nem anunciam soluções verdadeiras dos problemas locais que precisam ser resolvidos e enfrentados com responsabilidade e não com demagogia eleitoreira de ocasião! Para quê...?
Caminhando por ruas com asfalto negro não ecológico, o que permitiria um completo escoamento do sangue derramado de mais um trabalhador assassinado por um adolescente e das águas pluviais das chuvas represadas pelo total desleixo de autoridades em adquirir o que já existe e da população que descarta restos de lixo pelas calçadas, colaborando ainda mais para o entupimento de bueiros, também desfilam com suas promessas de soluções para problemas de saúde, segurança, saneamento, habitação, educação etc., beijando criancinhas, as segurando em seus colos, se deixam fotografar ao lado de senhoras ou homens, encontram e gravam reclamações de eleitores e os exibem em seus programas políticos, mas seguem sem qualquer preocupação verdadeira com quem os elegerá forçadamente porque a obrigação de votar nunca foi um exercício pleno ato de democracia...
Enfim, estamos vivendo mais um processo de “democracia” não democrática, mas apenas imposto, obrigatório, punitivo e repressivo, com certeza! A verdadeira democracia implica em liberdade de escolha, o que não existe com voto obrigatório, e talvez nunca passe a existir, enquanto o Brasil estiver vivendo nessa verdadeira farsa política de imposição de um voto que deveria ser pela livre. E pelas ruas das cidades, continuam mentindo para o povo e o povo acreditando nas mentiras...
Tudo ocorre nas ruas das cidades do Brasil: prostituição infantil, estupros, violência doméstica dentro de casas que nada falam, vitimando mulheres silenciosas mesmo com a Lei Maria da Penha, agredidas sem piedade. Nas ruas, também circulam tranquilamente os agressores, vendedores de drogas, aliciadores de menores que se protegem em meio à escuridão, o silêncio e aceitação das famílias. Muitas vezes as armas também circulam tranquilamente pelas ruas, fronteiras, favelas e morros e matam pessoas...Cego e indiferente a tudo isso, o Brasil vai vivendo...!!!!
Bela cronica, lutamos tanto para impor uma democracia, e somos postos hoje a essa imposição de que se o meu grupo politico não continuar, o amanhã será sombrio, deixe prevalecer a vontade popular, o voto é obrigatório, com responsabilidade e com a vontade de mudar o errado e maneira de governar o incerto, digno o eleitor que vota por vontade própria.
ResponderExcluirDramático demais!Abraços de além-Mar.
ResponderExcluirE assim vai o Brasil e o Mundo...Abraços
ResponderExcluirIdeologias políticas à parte, o pior é a ausência de vontade de proporcionar ao povo educação e respeito próprio. Ótima crônica Carlos. Valeu a pena segui-lo.
ResponderExcluirAbs.