terça-feira, 13 de outubro de 2015

MANAUS DA MINHA AGONIA (ao escritor amazonense Rogel Samuel)


No dia 24 de outubro, Manaus completará 355 anos!
A história da cidade esconde vultos históricos, 
jogados no lixo e conhecidos apenas por pesquisadores)
enaltece políticos populistas de ocasião
(autopromoção proibida por lei).
Para onde estamos caminhando?
O que passou virou história mal contada!

Ah, que saudade da grafia correta da rua Theodureto Souto!
Ah, que saudade de Fileto Pires Ferreira!
Thaumaturgo Azevedo, Antônio Bitencourt, 
de Agnelo Bitencourt, de Waldemar Sholtz,
(espaços culturais “El Dorado” “Édem-Teatro, 
da sala de teatro na Beneficência Portuguesa,
Mais recentemente, dos cine teatro Ypiranga, Guarany e Polytheama (Saudades de Adriano Bernardino, dono de cinemas que funcionavam em Manaus e empresário de grupos musicais famosos no passado). O que virá no futuro? Não sei!

Ah, que saudades do Igarapé do 40!
do Balneário do Parque 10,
do garapé do Mindu, serpenteando toda a cidade,
e desaguando limpidamente no Rio Negro!
Ah, que saudades das catraias ligando os bairros!
Ah, que saudades da cidade que vi morrer em meus olhos!
Ah, que tristeza pela nova cidade que vi surgir:
rica e miserável em torno do Distrito Industrial,
(palafitas ao lado de imponentes fábricas!)
Ah! A tristeza alcança olhos e deles, brotam lágrimas de dor!
(em forma de sangue derramado para construir as riquezas, que fizeram gerar a miséria de hoje!). Infectado por bactérias hospitalares incuráveis,
viverei por mais algum tempo e, depois,
como a cidade de Manaus, parecerei e não sei se serei pelo menos
lembrança na mente dos que sonharam ao meu lado!
Ah, não sei nem se viverei tempo suficiente para ver corrigida a placa de rua
Theodoro Souto para “Theodureto Souto”, (nome correto do libertador dos Escravos no Amazonas três anos antes da assinatura da Lei Áurea!) 
Sou um escravo de mim mesmo: não fui alcançado
pela Lei Áurea e nem pelo Decreto de Thedureto Souto!
Sou um prisioneiro livre para pensar,
sofrendo decepcionado por pensar demais,
com a cidade vi surgindo na retina de meus olhos corroídos pela retina do tempo (usando óculos 7,5 graus bi focal 
para poder ver melhor a Manaus que surgiu à minha volta!)

9 comentários:

  1. Lindo e perfeito poema de cunho histórico e social!

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  2. Dhiogo José Cetano/escritor e historiador de Goiás13 de outubro de 2015 às 10:45

    Diásporas da vida social.

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  3. Muito bom o poema!

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  4. É verdade Sr. Carlos Costa, lamentável realidade. Estamos pagando um preço alto por isso.

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  5. Parabéns pelo seu magnífico trabalho amigo

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  6. Maravilhosa poesia e de resgate hisrorico tambem!������

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