Em vez de apartamentos que primem pelos ambientes e suas divisões internas, diversas construtoras estão lançando no Brasil, belíssimos e verdadeiros empreendimentos com imóveis cada vez menores e mais caros, priorizando mais as áreas de lazer e menos a área habitável, transformando-os em verdadeiros “apertamentos”.
As cozinhas de novos empreendimentos são uma verdadeira obra de arte do tipo “dá licença que quero entrar”, de tão compactadas que estão ficando. Com isso, futuramente, todo um processo produtivo de geladeiras, fogões, frízeres e outras tantas necessidades deverá ser totalmente repensado, adequando-os aos minúsculos espaços internos.
As áreas de lazer e entretenimento são sempre belíssimas, harmonizando com a arborização, piscinas, deques e todos os confortos necessários à vida moderna, pelo lado de fora das moradias, mas os arquitetos e projetistas vão findar conseguindo dividir um apartamento de 30 metros quadrados em três quartos, sala, cozinha e banheiros. E ainda vão conseguir colocar uma suíte dentro e sempre cada vez mais caro o preço do imóvel!
Com isso, não serão mais os móveis e outros utensílios que não caberão dentro dos novos projetos, mas as pessoas é que não caberão mais dentro dos minúsculos e caros imóveis lançados atualmente. É certo que as áreas de lazer, cinemas, lan house são entregues todas mobiliadas, mas isso não justifica o preço da aquisição de um imóvel desse porte.
Depois do lançamento pelo Governo Federal do programa “Minha Casa, Minha Vida”, a coisa piorou para o lado do consumidor carente; na realidade, os bancos, na tentativa de enganá-lo, estabelecem um preço “acomodativo”, e lhe apresenta um imóvel de um tamanho humanamente impossível de habitação, o que ainda trará sério prejuízo financeiro, pois o tempo de pagamento do imóvel, será ad eternum. O preço inicial está dentro da faixa do programa “Minha Casa, Minha Vida”, mas ao longo dos meses de obra, o INCC vai sendo reajustado que sei de dentro dessa faixa de preço e a CEF não financia mais o imóvel.
Essa questão precisa ser repensada, urgentemente sob pena de o Brasil também sofrer a chamada “bolha imobiliária” como outros países já sofreram também!
Moro com minha família em um apartamento de 193 metros, com três suítes amplas, três garagens e mais um escritório, com uma ampla cozinha, bem dividido, novo, moderno, mas, hoje, infelizmente, não se constrói mais esse tipo de imóvel, só se for de cobertura, quando se pagará dois condomínios em vez de um só. Apartamento com essa metragem não se constrói mais e, quando existe, o preço ultrapassa em muito o valor da casa de 1 milhão de reais...
Está ficando insustentável essa manobra e ganância financeira das construtoras, depois do lançamento do programa “Minha Casa, Minha Vida” e meu desespero para mobiliar um imóvel tão minúsculo, como se fosse uma casa de bonecas.