Bom dia, Hebe! Como foi seu
dia ao lado de Deus, heim? Como Deus reagiu ao seu vasto sorriso de alegria
pela vida que você viveu? Deu o seu famoso “selinho” também em Deus? Não me
responda nada, Hebe. Saberei dessas respostas quando me for para junto de Deus
também!
Hebe, ontem à noite tive
dificuldades para dormir; talvez porque pensasse demais em sua morte tão
repentina ou talvez porque tivesse a certeza que esquecera a data de meu
casamento com a Yara e a data de nascimento de meu filho, coisas preciosas para
mim!
Não desejo que você se
preocupe com meu lapso de memória, pois acordei a esposa só para lhe perguntar isso.
Mesmo meio sonolenta, disse-me que completamos 15 anos de casados e que nosso filho
completará em janeiro 15 anos de vida! Confessando-lhe isso, tenho medo que
você fique triste e não ouse mais gargalhar tão gostosamente como minha esposa
também o faz! Acordei pela manhã ouvindo seu gostoso sorriso no celular musical
de minha esposa Yara. Teria sido seu sorriso mesmo, Hebe, ou eu estava sonhando?
Não sei, mas acho que é possível que eu
estivesse sonhando!
Eu, também, Hebe, sobrevivo
há seis anos com duas infecções hospitalares alojadas em meu cérebro e, ao
acordar, revi a capa de meu livro O CAMINHO NÃO PERCORRIDO (a trajetória dos
assistentes sociais masculinos em Manaus) para ter certeza de que não sonhara
com o trabalho maravilhoso da Juliana Fortes, da Editora da Ufam!! Não! Não
estava sonhando! Meu livro será reeditado pela Editora, dirigida pela
professora doutora e minha orientadora de pesquisa Iraíldes Torres. Na reedição
da obra, contei também com a colaboração intelectual e a força de Deus e das
professoras doutoras Heloísa Helena, da UFAM, com os escritos maravilhosos da
orelha e Cléria Bueno, da UNIFRANCA, SP, com a fantástica apresentação do prefácio
para a reedição. Que presente minha despretensiosa obra recebeu! Ah, Juliana
Fortes, será que eu ainda vou reconhecê-la no dia do lançamento do livro que
ganhou tanta notoriedade? Será que ainda estarei vivo em dezembro, para quando
foi previsto o lançamento?
Será que verei meu sonho
iniciado com a decisão da Dra. Ivete Ivo Barros de procurar patrocínio com o Dr.
Francisco Garcia, que apostou no trabalho e custeou a primeira edição? Não
posso esquecer-me de Raimundo Quirino, que intermediou o processo de patrocínio
na primeira edição! Será que o “curto circuito cerebral” momentâneo que me fez
esquecer duas coisas importantes em minha vida foi um indício de que também
partirei rápido como a Hebe Camargo, que lutou dois anos contra o câncer em seu
peritônio, mas lhe serviu para gargalhadas quando soube do local?
Não. Acho que não! Isso é
só mais um delírio de ansiedade que me acometeu também porque o amigo Juca Caju
produziu e me presenteou com a segunda edição virtual de meu livro O HOMEM DA
ROSA, indicado ao prêmio Jabuti de 1999! Tantas coisas boas e positivas estão acontecendo
ao mesmo tempo em minha vida e eu pensando em morte, que será uma certeza
vindoura!
Ah, quero viver como a Hebe
viveu, plantando rosas nos corações de pessoas duras, insensíveis e desumanas e
a regando apenas com meu amor porque assim,
a vida, a rosa e, as duas infecções hospitalares decorrentes de 11 cirurgias no
cérebro poderão ser curadas e eu possa viver mais um pouco, mesmo sem esboçar
sorrisos como a Hebe fazia sempre?!
querido amigo
ResponderExcluiro senhor é alguém tão iluminado como a Hebe e lembrando do comentário que o amigo fez lá no meu blog, devo confessar que também acredito que existem coisas que já estão meio que traçadas pelo destino.
Lindo o nome de tua esposa...
E que beleza ter um filho tão jovem...
Certamente os lapsos de memória não apagam a luz da tua inteligência, do teu caráter e da tua sensibilidade.
Tem qualidades que nem a morte é capaz de destruir, como a vida e a alegria de Hebe.
Amigo.... saiba que tem alguém do ladinho de cá que torce por cada conquista tua.
Um grande abraço, querido.
Transmita meu carinho ao filho e a esposa.
Liliane.
Admirável Carlos,
ResponderExcluiré impressionante como passamos a enxergar melhor o trajeto da vida quando ao caminharmos na escuridão avistamos uma luz tão forte quanto a lua. Assim é você que acabo de conhecer e já admiro como um vitorioso!
Li muitos dos teus textos e alguns me emocionaram o suficiente para admirar a sua pessoa.
Meu sincero e forte abraço, assim como votos pela total recuperação da sua saúde.
Ilka Vieira