Ridícula, imoral e desmoralizante,
é como consigo analisar a “guerra” declarada entre policiais e os bandidos
presos nas cadeias em São Paulo, porque quando a adversidade e a mazela social
passam a interagir em nosso meio e, passam a ser encaradas como normal e
natural alguma coisa está errada em nossas mentes que precisa ser redirecionada
à normalidade.
Os bandidos continuam a
usar aparelhos celulares de dentro das cadeias, a planejar crimes, a ordenar
assassinatos de policiais militares e tudo isso está sendo aceito como uma
coisa normal e natural – o que não o é -. A única coisa que a Polícia faz é
gravar os telefonemas dos bandidos e exibi-los como um troféu nas redes de
televisão em uma grande demonstração de incapacidade por parte do Aparelho de
Repressão do Estado. Por quê?
A batalha entre os
policiais militares e os bandidos presos está se tornando desmoralizadora para
os membros do Aparelho de Força Repressora de Estado, a PM de São Paulo, com
mais de 70 baixas em suas fileiras. Para cada bandido morto pela PM, dois policiais
têm que ser assassinados, para agradar ao crime organizado.
Embora na cadeia, presos,
os bandidos continuam mais organizados que a Polícia, que nunca conseguiu
implantar por quaisquer meios possíveis, um sistema bloqueador de sinais de celulares
dentro dos presídios, sem que afetasse também os usuários próximos. Os bandidos
estão completamente livres para agir usando seus aparelhos móveis de
comunicação, mandando matar policiais militares, determinando sequestros, extorsões
e outras atrocidades contra a sociedade que deveria ser protegida!
Contra os membros da
corporação militar, tudo pode: processos, punições, expulsões etc. Contra os
bandidos, nada é feito, a não ser a gravação de telefonemas usando os “proibidos”
aparelhos móveis de comunicação, depois usados como prova da existência de
outro crime mais sofisticado, “impossível” de ser combatido, impedido ou
eliminado pela simples falta de instalação e o uso de bloqueadores de sinais. É
demais!
Se um bandido preso ordena
por um aparelho de celular, que nunca conseguiram bloquear, a morte de dois
policiais por cada “irmão” morto, fica só na escuta telefônica gravada pela própria
polícia. Mas se um policial reage e mata
um bandido, mesmo reagindo a uma agressão, é aberto um inquérito na
corregedoria da PM, o policial é processado, expulso da corporação e até que
consiga provar que matou em legítima defesa já lhe sobraram muitos
aborrecimentos e humilhações.
Não estou defendendo que o
policial militar saia matando indiscriminadamente, mas que pelo menos consigam
uma tecnologia para bloquear os sinais de celulares dentro das prisões, mesmo
as de segurança mínima ou de nenhuma segurança, o que seria um avanço.
Hoje, nas ruas de São Paulo,
o Policial Militar está sendo assassinado, mesmo quando está sem farda, porque
os bandidos presos têm mais informações sobre quem é e quem não pertencente à
corporação, do que a PP-2, o setor de investigação reservado da PM tem sobre os
criminosos que, embora presos, até em segurança máxima, continuam livres, leves
e soltos com seus celulares para determinar qual o policial que deve morrer ou
permanecer vivo na selva de pedra que é São Paulo nos dias atuais.
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