quinta-feira, 11 de outubro de 2012

PAPEIS VELHOS, LEMBRANÇAS NOVAS!



                                                               “Hoje eu vou mudar
                                                                                          Vasculhar minhas  gavetas
                                                                                          Jogar fora sentimentos
                                                                                           ressentimentos tolos”.
                                                                                            (MUDANÇAS – Vanusa)

Rearumando pastas e gavetas vi minha vida.. “.(EDNA LOPES in  Rearumando a vida- Recanto das Letras)


Edna Lopes, cronista e professora de Alagoas, têm razão quando escreveu que arrumar papel velho, é viajar no tempo também!

Hoje, viajei em lembranças e revisitei meu passado, sem sair do local.

A viagem sentimental começou enquanto arrumava lia e rasgava notas fiscais antigas. Revi e vivi anos que não voltarão jamais.  Revisitei enquanto os tocava com as mãos. Lia com a mente, velhas coisas novas que costumavam guardadas, arquivadas como se fossem tesouros em forma de documentos antigos, velhos, acumulados em gavetas todos dentro de uma pasta amarela. Os documentos só contam histórias quando revisitados um a um – cada tempo, cada lembrança, cada registro de um passado guardado dentro de gavetas. Cada rasgada que dava em algum documento, era um pedaço de mim que estava desaparecendo!

Lembranças de uma vida permanecem vivas, voltando à memória já desgastada pelo tempo, usada pela vida e revirada pela medicina, arrumando pastas de documentos antigos, remontando pedaços felizes de vida e outros, nem tanto.

Nos documentos, em cada um dos mais antigos que preservei, revi  frondosas árvores frutíferas na casa em que moramos, no Conjunto Campos Elíseos. Também me lembrei de minha esposa Yara grávida de nosso primeiro e único filho, tomando banho em água de poço artesiano, no ano em que Manaus foi dividida por zonas para o corte e racionamento de energia elétrica em duas, quatro ou seis horas todos os dias.  Lembrei que ela, sempre com muito calor e cheia de coceiras pelo corpo, se refrescando com água fria de um poço artesiano no quintal e com um ventilador à bateria, rádio e lâmpada de emergência, para clarear nosso amor nas infernais noites de escuridão e calor. Seria a ferida de amor, paixão, que ela tinha, mas como vou saber se tudo desapareceu quando nosso filho nasceu em 1988?  Em Manaus – e acho que em todos outros locais - os ventiladores da natureza parecem que também desligam quando falta energia. Tudo fica mais quente, triste e sem a brisa!

Um Deus nos acuda ocorreu quando faltou energia no momento da colação de grau em direito de minha esposa, ainda grávida. Assessores do Governo, usando o nome do governador, querendo uma explicação para o ocorrido. No meio de minhas velhas lembranças novas, uma foto ao lado de um deputado foi encontrada. Decidi não rasgar mais nada, e apenas lembrar, pois relembrar é viver duas vezes!

Um comentário:

  1. Querido amigo, como sangram mas também como nos aliviam o coração as nossas lembranças,não é mesmo?Como entrar em contato com elas,as boas e não tão boas rearrumam nosso caminhar,nossos projetos e sonhos futuros!Precimos mesmo fazer isso vez ou outra.Abraço e obrigada pela lembrança,pela referência.

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