“Hoje
eu vou mudar
Vasculhar minhas gavetas
Jogar fora sentimentos
ressentimentos tolos”.
Vasculhar minhas gavetas
Jogar fora sentimentos
ressentimentos tolos”.
(MUDANÇAS – Vanusa)
Rearumando pastas e gavetas vi minha vida.. “.(EDNA LOPES in Rearumando a vida- Recanto das Letras)
Rearumando pastas e gavetas vi minha vida.. “.(EDNA LOPES in Rearumando a vida- Recanto das Letras)
Edna Lopes, cronista e
professora de Alagoas, têm razão quando escreveu que arrumar papel velho, é
viajar no tempo também!
Hoje, viajei em lembranças
e revisitei meu passado, sem sair do local.
A viagem sentimental começou
enquanto arrumava lia e rasgava notas fiscais antigas. Revi e vivi anos que não
voltarão jamais. Revisitei enquanto os tocava
com as mãos. Lia com a mente, velhas coisas novas que costumavam guardadas,
arquivadas como se fossem tesouros em forma de documentos antigos, velhos,
acumulados em gavetas todos dentro de uma pasta amarela. Os documentos só
contam histórias quando revisitados um a um – cada tempo, cada lembrança, cada
registro de um passado guardado dentro de gavetas. Cada rasgada que dava em
algum documento, era um pedaço de mim que estava desaparecendo!
Lembranças de uma vida permanecem
vivas, voltando à memória já desgastada pelo tempo, usada pela vida e revirada
pela medicina, arrumando pastas de documentos antigos, remontando pedaços felizes
de vida e outros, nem tanto.
Nos documentos, em cada um
dos mais antigos que preservei, revi frondosas árvores frutíferas na casa em que
moramos, no Conjunto Campos Elíseos. Também me lembrei de minha esposa Yara
grávida de nosso primeiro e único filho, tomando banho em água de poço
artesiano, no ano em que Manaus foi dividida por zonas para o corte e
racionamento de energia elétrica em duas, quatro ou seis horas todos os dias. Lembrei que ela, sempre com muito calor e
cheia de coceiras pelo corpo, se refrescando com água fria de um poço artesiano
no quintal e com um ventilador à bateria, rádio e lâmpada de emergência, para
clarear nosso amor nas infernais noites de escuridão e calor. Seria a ferida de
amor, paixão, que ela tinha, mas como vou saber se tudo desapareceu quando
nosso filho nasceu em 1988? Em Manaus –
e acho que em todos outros locais - os ventiladores da natureza parecem que
também desligam quando falta energia. Tudo fica mais quente, triste e sem a
brisa!
Um Deus nos acuda ocorreu
quando faltou energia no momento da colação de grau em direito de minha esposa,
ainda grávida. Assessores do Governo, usando o nome do governador, querendo uma
explicação para o ocorrido. No meio de minhas velhas lembranças novas, uma foto
ao lado de um deputado foi encontrada. Decidi não rasgar mais nada, e apenas lembrar,
pois relembrar é viver duas vezes!
Querido amigo, como sangram mas também como nos aliviam o coração as nossas lembranças,não é mesmo?Como entrar em contato com elas,as boas e não tão boas rearrumam nosso caminhar,nossos projetos e sonhos futuros!Precimos mesmo fazer isso vez ou outra.Abraço e obrigada pela lembrança,pela referência.
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