sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

NOTA DE FALECIMENTO!


Vítima do descaso, incompetência, corrupção e outras imbricações, faleceram há muito tempo o modelo do sistema penal do Brasil. Junto com ele, amanheceu morto no pátio da área técnica, um dos cinco periquitos ajudei a salvá-los da morte na passagem do dia 31 para o primeiro dia do ano de 2017, Dia da Confraternização Mundial, vitimas da ganância do homem, do progresso desumano e da insensibilidade coletiva.  O dia 1º de janeiro também foi recebido com tiros, rebeliões, mortes e fugas no falido e socialmente desigual Sistema Prisional, sem priorizar a causa do problema e, sim, apenas a consequência que acarreta o consumo de drogas. No Compaj de Manaus, José Carvalho da Silva, o governador do Estado, José Melo, exonerou o diretor. Ele foi denunciado por dois presos mortos na rebelião, por  facilitar e fazer vista grossa à entrada de armas, celulares e drogas no presídio.  Culpa de quem?

Culpa de todos coletivamente e de ninguém individualmente,  corrupção que se alastrou também dentro dos presídios, nos quais deveriam ficar  alguns políticos investigados pela Operação Lava Jato!  Porém, através de seus excelentes advogados, todos são transferidos e ficam em presídios federais, com mais conforto e regalias e quase sem rebeliões. Depois da morte do modelo do sistema prisional brasileiro, que só anuncia a construção de novos presídios e nada anuncia no sentido de construção de Centros de Reabilitação de Dependência Química Para Detentos, causa primária de todas as rebeliões, com a disputa das facções criminosas pelo controle de venda de armas e drogas dentro e fora dos presídios falidos, hoje verdadeiros depósitos de seres humanos que vivem à margem da Lei e não têm nada a perder, porque matar ou morrer já se tornou uma triste rotina. Todos os detentos deveriam ser condenados a no mínimo três anos de medida punitiva de desintoxicação contra dependência química.  “Limpas” do vício, como dizem todos os ex-dependentes químicos, cumpririam o resto de suas sentenças dentro do reformulado sistema prisional.  Por que não tentam essa solução com um custo mais barato, fácil e eficaz? Falta de interesse ou de visão do real problema, talvez! A quem interessa manter enjaulados tantos dependentes químicos juntos? Não sei, mas é o que ocorre hoje, vive entre corrupção da cabeça, tronco e membros dos decapitados em lutas de facções criminosas, que parece que não terá um fim. Culpa de quem? Também do Estado Nacional que demorou 17 anos para liberar recursos do Fundo Penitenciário para a construção de novos presídios, compra de equipamentos de raio X, bloqueadores de celulares e detectores de metais. A população não será reduzida se não começar pelo problema: uso e consumo de drogas dentro das cadeias, a corrupção que contaminou os presídios e a formação das facções criminosas que estão mais bem organizadas e tem mais poder de comando do que o próprio Estado. Tudo que leio e ouço falar pela TV e redes sociais,  é sobre a necessidade de novas prisões,  uso de tornozeleiras eletrônicas, melhorar o sistema penal do país...Nada fala sobre a origem do problema: o uso e consumo de drogas. Todas as medidas até agora anunciadas para minorar o problema da população carcerária no Brasil seriam boas e mais eficazes, se fosse tudo começasse pela causa e não pela consequência do problema que é, principalmente, o consumo de drogas no presídio, prática de corrupção de quem deveria ser ético, responsável e zeloso em seus deveres.


É melhor que aconteça o mesmo que aconteceu com o meu periquito: morrer tudo para nascer de novo!

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