“Estarrecedor!”. Isso é o mínimo que se pode dizer sobre duas reportagens exibidas no programa “Fantástico” da Rede Globo, sobre o “propinoduto” das empresas que exploram as lombadas eletrônicas nos municípios brasileiros, também conhecidas com corujinhas, em Brasília ou parais, em São Paulom. Também me estarreceu, como Assistente Social, a matéria sobre o turismo sexual nas cidades de Natal e Recife, embora outras explorem também essa modalidade de turismo sexual, mesmo que de forma discreta.
De tudo isso, fiquei mais chocado ainda porque as autoridades brasileiras, a polícia que deveria coibir isso, os Conselhos Tutelares entre outras entidades de defesa de menores sabem que isso acontece em várias partes do Brasil e nada fazem para coibir isso como se isso já não se tivesse transformado em problema de Estado.
As licitações dirigidas, fraudadas, envolvendo Prefeituras, também já são do conhecimento dos Tribunais de Contas. Mas por serem órgãos políticos, também nada fazem de concreto. Os conselheiros são indicados pelos Governos dos Estados ou pelas Assembléias Legislativas. E os políticos dependem dos prefeitos. Que pode os Tribunais teriam para coibir as licitações ilegais diante dessa verdade?
Quando fui diretor regional do SEST/SENAT, mandei afixar em minha porta: “Não recebo vendedores ou presentes durante qualquer processo licitatório”. Mesmo assim, era constantemente tentado por empresas a participar de fraude. Graças à honra que recebi e moral que tive de minha família, nunca caí numa situação dessas. As contas, os convênios que a Unidade assinava, as compras realizadas sempre pela lei 8666/93, que deixa muitas brechas para as fraudes, sempre foram aprovadas pelos Tribunais!
Infelizmente, posso dizer, fui aposentado por invalidez, mas sem ter “rabo preso com ninguém”. Durmo tranquilo e às vezes tenho convulsões desesperadoras para minha esposa, também. Mas disso a medicina está cuidando!
Voltando à lei 8666/93, ela permite várias brechas, vários desvios e vários direcionamentos dentro dos processos licitatórios. Nunca gostei dessa Lei! Mas tinha que segui-la, lamentavelmente. Jamais aceitei que empresas”fizessem” o Edital de Licitação para as duas instituições que dirigia. Isso porque depois que se faz uma primeira vez e não se é pego, acostuma-se a fazê-lo continuamente e não e pára nunca!
E o que mais me chocou é que todas as provas das fraudes foram filmadas, mais depois nenhum dos donos de empresas envolvidas, sócios ou representantes tiveram coragem de confirmar as fraudes. Até um almoço estava sendo realizado no momento do fechamento de uma negociação e o casal negou que tudo fosse para concretização de um negócio escuso.
O Brasil está descendo uma ladeira sem freios e acho que vai parar do outro lado do mundo, no Japão!
E o que dizer do turismo sexual? Simplesmente nada, de tão degradante e escandalosa que foi a reportagem exibida! Isso ficará para uma próxima, se as autoridades envolvidas não tomarem qualquer tipo de providência.
A propina às empresas que operam as chamadas lombadas eletrônicas ocorre no Brasil inteiro e não só nas cidades mostradas! É só investigar os contratos! Mas quem vai investigar? Acho que ninguém!
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